De um lado, as bolsas da Europa amanhecem, nesta quinta-feira (5), operando em alta, enquanto, de outro, os índices futuros de Nova York estão operando em queda. Em dia de agenda de indicadores esvaziada nos EUA, os investidores deixam para esta sexta-feira (6) suas expectativas, quando serão divulgados os dados mensais sobre a folha de pagamentos dos Estados Unidos (payroll).
O payroll é um importante informe do mercado de trabalho e pode impactar as próximas decisões do Fed (Federal Reserve) sobre os juros. Um mercado de trabalho aquecido pode significar mais aumentos de juros nas próximas reuniões.
Por outro lado, alguns indicadores divulgados ontem (4) mostram um arrefecimento no setor de serviços e também nas contratações pelo setor privado norte-americano.
A divulgação dos dados do mercado de trabalho privado (ADP) trouxe a geração de 89 mil vagas no setor, antes projeção Refinitiv de criação de 153 mil vagas, e ofereceu indícios de que o mercado está se desacelerando como o esperado e que talvez seja possível esperar que o Federal Reserve reveja novas altas.
Os títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries), que trouxeram muito nervosismo aos mercados nos últimos dias, subiam nesta manhã, embora bem distantes das máximas de 16 anos atingidas esta semana.
O bônus com vencimento em 10 anos marcava em torno de 4,73%, alta discreta sobre ontem. Alguns analistas esperam que estes ativos moderem suas perdas e que isso, junto com resultados corporativos construtivos, dê ao mercado acionário espaço para algum respiro nas próximas semanas.
No noticiário político, após a destituição do presidente Kevin McCarthy da Câmara dos Deputados dos EUA, a casa segue paralisada e deverá eleger novo presidente no dia 11. Foi a primeira vez na história que um presidente foi destituído da Câmara dos Deputados.
Para hoje, é aguardada a divulgação do relatório semanal de pedido de auxílio-desemprego, que tem projeção de 210 mil no consenso Refinitiv. Além disso, será apresentada a balança comercial de agosto, com expectativa de queda em US$ 62,3 bilhões na projeção Refinitiv.
Também são aguardadas para esta quinta-feira falas de membros do Fed, que poderão dar sinais sobre o futuro da política monetária do país.
Brasil
Nem a forte queda do petróleo no mercado internacional foi capaz de afetar o pregão da Bovespa. Na quarta-feira (4), o Ibovespa encerrou o pregão em alta de 0,17%, aos 113.607 pontos.
O movimento da Bolsa brasileira, após dois pregões consecutivos em queda na semana, acompanhou o tom positivo das bolsas de Nova York, com alívios nos juros dos títulos da dívida pública dos Estados Unidos (Treasuries).
Os investidores brasileiros também repercutiram a tramitação da proposta que prevê a taxação de fundos offshore e exclusivos na Câmara dos Deputados, enquanto o setor bancário repercutiu a expectativa de apreciação, em separado, da matéria sobre a extinção dos juros sobre capital (JCP).
O dólar encerrou o dia a R$ 5,1530, com baixa de 0,03% no mercado à vista.
Europa
As bolsas da Europa estão operando em alta pela primeira vez na semana, após o alívio da pressão dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA. Os dados do mercado de trabalho privado (ADP) mais fracos que o esperado nos EUA também contribuíram para o alívio trazido pelos títulos.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,42%
DAX (Alemanha), +0,26%
CAC 40 (França), +0,18%
FTSE MIB (Itália), +0,33%
STOXX 600, +0,4%
Estados Unidos
Os índices futuros dos Estados Unidos começaram esta quinta-feira operando em baixa, mesmo após uma sessão de alta ontem. Na véspera, as bolsas de Nova York reagiram bem à divulgação dos dados do mercado de trabalho privado, que trouxeram números de vagas abertas abaixo do esperado, indicando uma desaceleração da economia.
Para amanhã, os investidores aguardam a divulgação do payroll, que trará mais informações sobre quão aquecido está o mercado de trabalho norte-americano, podendo trazer reflexos à política monetária conduzida pelo Fed (Federal Reserve).
Dow Jones Futuro (EUA), -0,24%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,24%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,22%
Ásia-Pacífico
As bolsas da Ásia fecharam em alta, acompanhando o bom humor dos demais mercados devido à redução da pressão trazida pelos Treasuries yelds dos EUA nos últimos dias.
A bolsa Nikkei liderou os avanços na Ásia, com valorização de 1,8%, o índice ASX 200, da Austrália cresceu 0,51% e o Hang Seng Index (HSI) avançou 0,1%.
A única queda ficou para a Kospi, que perdeu 0,9% em sua segunda sessão consecutiva no vermelho na semana, após passar segunda e terça fechada por feriados.
A bolsa de Shangai segue fechada pelo feriado da Semana Dourada.
Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão), +1,8%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,1%
Kospi (Coreia do Sul), -0,9%
ASX 200 (Austrália), +0,51%
Petróleo
Os preços do petróleo seguem em queda após fortes recuos de ontem, que levaram ações de petrolíferas no Ibovespa a expressivas baixas.
Petróleo WTI, -1%, a US$ 83,34 o barril
Petróleo Brent, -0,91%, a US$ 85 o barril
Agenda
Na agenda internacional, serão divulgados hoje os dados de auxílio-desemprego dos EUA. Também são aguardadas falas de integrantes de Bancos Centrais pelo mundo.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a MP (Medida Provisória) que criou o programa de desconto na compra de veículos novos perdeu a validade na última terça-feira (3) e, com isso, os tributos federais que incidiam sobre o óleo diesel voltam a ficar zerados, o que pode baratear o valor do combustível na bomba. Em janeiro, o governo federal decidiu manter zerada, até dezembro, a tributação pelo PIS/Cofins sobre o diesel e o gás de cozinha. No entanto, essa desoneração total foi parcialmente revertida, especificamente sobre o diesel, para compensar a perda de arrecadação com o programa para baratear carros populares, ônibus e caminhões lançado em junho. Agenda de indicadores esvaziada nesta quinta-feira.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do InfoMoney e Bloomberg
