Índices futuros operam no campo positivo com investidores à espera de discurso de Powell em Jackson Hole

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, participa do simpósio de Jackson Hole, nesta quinta-feira (22), a partir das 21h (horário de Brasília).
22 de agosto de 2024

Os índices futuros de Nova York se movimentam em trajetória de alta, nesta manhã de quinta-feira (22), ampliando os ganhos da véspera, com os investidores de olho no início do simpósio de Jackson Hole, no Wyoming, onde o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, vai discursar amanhã (23). O evento seguirá até sábado (24).

O evento, que reúne presidentes de bancos centrais e representantes do mercado financeiro mundial, também contará com a participação do presidente do BC do Brasil, Roberto Campos Neto.

O discurso de Powell é aguardado, pois ele pode confirmar os dados da ata da última reunião do Fed, divulgada ontem, que sinaliza uma redução dos juros no próximo encontro, em setembro.

O documento mostrou que, em julho, quando ocorreu a última reunião, “a grande maioria” dos membros do Fed “destacou que, se os dados continuassem a vir de acordo com o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política monetária na próxima reunião”.

De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, os traders estão atualmente precificando uma chance de 100% de um corte na taxa de juros no mês que vem, mas estão divididos entre um corte de 0,50 ponto percentual e 0,25 p.p.

As ações de mercados emergentes estão sendo negociadas com o maior desconto em relação às ações dos EUA desde março de 2020, à medida que investidores cautelosos buscam oportunidades de crescimento em outros lugares.

Campos Neto participa do simpósio em Jackson Hole a partir das 21h (horário de Brasília), enquanto o diretor do BC, Gabriel Galípolo, dará palestras em eventos da Fenabrave e FGV.

Brasil

O Ibovespa fechou com alta ontem (21), renovando a máxima histórica pela terceira vez consecutiva. Hoje, o principal indicador da Bolsa brasileira subiu 0,28% e, no melhor momento do dia, chegou a ultrapassar os 137 mil pontos pela primeira vez, apoiado principalmente na alta das ações da Vale (VALE3). Mas, ao fim do pregão, o indicador caiu um pouco e cravou os 136.463,65 pontos.

O volume financeiro somou apenas R$ 21,35 bilhões, de uma média diária de quase R$ 29 bilhões em agosto.

Alguns fatores contribuíram para o desempenho. Além da Vale, nos Estados Unidos, dados mostraram uma criação bem menor de empregos de abril de 2023 a março de 2024 do que anteriormente divulgado, enquanto a ata da última decisão de política monetária do Fed (Federal Reserve) reforçou o sinal de que vem corte de juros na reunião de setembro.

O dólar comercial oscilou. Começou o dia em queda, subiu no começo da tarde e voltou a cair, para fechar com menos 0,07%, a R$ 5,48.

Europa

As bolsas europeias operam no positivo, com os investidores também repercutindo por lá a perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos, o que eleva a circulação de dinheiro para outros mercados.

Das notícias da região, os dados de serviços franceses expandiram no ritmo mais rápido em mais de dois anos, enquanto na Alemanha um PMI composto adicionou evidências de que a recuperação do país fracassou.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,26%
DAX (Alemanha): +0,22%
CAC 40 (França): +0,28%
FTSE MIB (Itália): +0,19%
STOXX 600: +0,42%

Estados Unidos

Os índices futuros de Nova York sobem hoje, após a revisão para baixo na criação de vagas de trabalho e a divulgação da ata do Fed na sessão anterior. Hoje, os investidores vão analisar a divulgação de dados de seguro-desemprego semanal, do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) e vendas de casas usadas.

Dow Jones Futuro: +0,12%
S&P 500 Futuro: +0,08%
Nasdaq Futuro: +0,05%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com alta em sua maioria, à medida que os investidores avaliam os dados de atividade empresarial da região e acompanham as notícias vindas da economia norte-americana, com foco na política monetária.

A atividade empresarial do Japão expandiu em um ritmo mais rápido em agosto, com o PMI subindo para 53,0 de 52,5 em julho.

Shanghai SE (China): -0,27%
Nikkei (Japão): +0,68%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,44%
Kospi (Coreia do Sul): +0,24%
ASX 200 (Austrália): +0,21%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com leves perdas à medida que aumentam as expectativas de corte de juros nos EUA.

Petróleo WTI, -0,18%, a US$ 71,80 o barril
Petróleo Brent, -0,05%, a US$ 76,01 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, saem hoje os dados do seguro-desemprego semanal, o PMI de serviços de agosto e o PMI da indústria, também de agosto.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem (21) que a previsão para que as indicações para o Banco Central sejam feitas em agosto depende de uma decisão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro disse que irá se reunir com Lula para saber o resultado da conversa entre ele e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o tema. Não há indicadores importantes previstos na agenda de hoje.

Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.