As bolsas europeias e os índices futuros reverteram, nesta manhã (27), as perdas da véspera, devido às expectativas reduzidas de que ocorra uma paralisação nos Estados Unidos. Os líderes do Senado dos EUA apresentaram seu próprio projeto de lei para evitar que o governo fique sem dinheiro até meados de novembro e fornecer US$ 6 bilhões em assistência à Ucrânia.
Contudo, o plano para evitar uma paralisação a partir da madrugada de sábado (1º), início do ano fiscal, ainda precisa superar o impasse na Câmara. Segundo informações da Bloomberg, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que era hora de os republicanos da Câmara, partido de oposição ao governo, aumentarem a pressão para evitar o bloqueio fiscal.
Ainda nos Estados Unidos, outra informação no radar dos investidores é a respeito dos depósitos totais dos bancos dos EUA, que terminaram o ano fiscal em torno de US$ 17,3 trilhões, baixa de -4,8% frente ao período anterior, encerrado em 30 de junho.
Trata-se da primeira queda na base comparativa desde 1994, segundo relatório da S&P Global Market Intelligence. As falências bancárias do começo do ano inibiram depósitos e as altas taxas de juros levaram os clientes a buscar alternativas de maior rendimento.
No campo corporativo, o CEO da Tesla, Elon Musk, declarou em um post de sua rede social X (ex-Twitter) que as demandas do sindicato United Auto Workers (UAW) “levariam a GM, a Ford e a Chrysler à falência”. A Tesla e outras empresas de veículos elétricos não são sindicalizadas.
Assim como Musk, alguns analistas acreditam que as três grandes montadoras terão problemas de competitividade se o sindicato conseguir o objetivo de 40% de aumento com 32 horas semanais de trabalho. A posição de Musk contrasta com o apoio de Joe Biden às reivindicações durante visita a um piquete ontem (26).
Por aqui, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne no fim desta tarde (17h30, horário de Brasília) com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A reunião seria uma tentativa de Haddad de tentar minorar as rusgas na relação entre Lula e Campos Neto.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (26) em queda com a divulgação da ata do Copom. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 1,49%, aos 114.193 pontos, no menor patamar em pouco mais de dois meses.
Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores repercutiram a informação que consta no relatório do Copom que sinalizou que é pouco provável que ocorra uma aceleração nos cortes de juros, uma vez que as expectativas ainda são de inflação elevada. O mercado avalia que as contas públicas estariam entre os fatores a pressionar os preços no país.
Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar avançou 0,42% frente ao real, cotado a R$ 4,9870.
Europa
As bolsas da Europa operam com ganhos por toda região, com os investidores repercutindo dados da economia global.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,01%
DAX (Alemanha), +0,08%
CAC 40 (França), +0,22%
FTSE MIB (Itália), +0,06%
STOXX 600, +0,21%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA estão operando no campo positivo nesta manhã (27), revertendo parte das fortes perdas da sessão de ontem, quanto relatórios de vendas de casas e de confiança do consumidor ficaram abaixo das expectativas de analistas.
A partir dos dados, os agentes do mercado financeiro norte-americano avaliam que a política monetária deve mesmo ser mais restritiva por período prolongado nos EUA.
Por outro lado, trouxe alívio aos mercados a postura de lideranças do Senado norte-americano para tentar evitar a paralisação do governo por falta de caixa.
O chamado shutdown pode custar bilhões ao governo de Joe Biden. A disputa sobre o orçamento federal poderia resultar na interrupção de uma série de serviços governamentais.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,31%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,42%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,42%
Ásia-Pacífico
As bolsas Ásia-Pacífico fecharam com alta em sua maioria, com os investidores avaliando os dados industriais da China e os números da inflação de agosto na Austrália.
Nos primeiros oito meses do ano, os lucros das indústrias chineses caíram 11,7% em termos anuais em agosto, uma contração menor do que a queda de 15,5% nos primeiros sete meses. Contudo, o setor imobiliário da China continua trazendo apreensões, principalmente depois que o presidente do China Evergrande Group foi colocado sob vigilância policial devido a problemas nesse gigante desse segmento.
A taxa de inflação da Austrália, por sua vez, subiu 5,2% em termos anuais em agosto, em linha com as expectativas de economistas, enquanto a inflação global ficou em 5,5%.
Shanghai SE (China), +0,16%
Nikkei (Japão), +0,18%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,83%
Kospi (Coreia do Sul), +0,09%
ASX 200 (Austrália), -0,11%
Petróleo
As cotações do petróleo sobem à medida que investidores se concentram no aperto da oferta da commodity. Dados da indústria divulgados ontem mostraram que os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram na semana passada em cerca de 1,6 milhão de barris, contra as expectativas dos analistas de uma queda de cerca de 300 mil barris.
Por outro lado, os mercados continuaram preocupados com o fatos dos estoques de petróleo bruto dos EUA no principal centro de armazenamento de Cushing, Oklahoma, caírem abaixo dos níveis operacionais mínimos.
Petróleo WTI, +1,23%, a US$ 91,50 o barril
Petróleo Brent, +0,99%, a US$ 94,89 o barril
Agenda
Na agenda internacional de hoje, saem os dados dos bens duráveis de agosto dos EUA.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participa hoje de reunião, às 17h30, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto, em Brasília. Será o primeiro encontro entre os dois desde que Lula assumiu seu terceiro mandato presidencial. Campos Neto também participa de audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados para falar sobre política monetária e explicar um erro contábil no fluxo cambial, divulgado em janeiro pela instituição. No campo dos indicadores, serão divulgados os dados da confiança da indústria de setembro, do fluxo cambial semanal e o relatório mensal da dívida pública de agosto.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do InfoMoney e Bloomberg