O impacto da inflação em julho foi maior para a população de menor renda, enquanto a população com maior renda sentiu mais a deflação do período, de 0,68% de acordo com último IPCA divulgado. A situação aflige as faixas mais vulneráveis e facilita a concentração de renda na economia brasileira. Segundo levantamento do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a deflação foi de 0,34% para a população com renda muito baixa, para a de renda baixa foi de 0,5%, de 0,82% para a população com renda baixa-média, de 0,85% para a com renda média, de 0,82% para a com renda média-alta e de 0,42% para a população com renda alta.
Segundo os economistas do ICL Economia, André Campedelli e Deborah Magagna, em julho, a deflação foi mais sentida pela população de renda mais elevada do que pela população com menor renda principalmente diante da acentuada queda dos combustíveis e da elevada inflação em julho dos alimentos. “O maior impacto para a população com maior renda ocorreu devido à alta considerável do preço de passagens aéreas, que reduziu o impacto deflacionário para a população com o estrato de renda mais elevado”, analisam os economistas.
Ao mesmo tempo, a deflação no grupo transportes impactou em 0,64% a renda muito baixa, 1,21% na renda média, 1,19% na renda média-alta e 0,87% na renda alta.
No acumulado em 12 meses, a distribuição mais característica da inflação brasileira também voltou a se apresentar, com maior impacto para a população mais pobre e menor para a população com maior renda. Para a população com renda muito baixa o impacto da inflação acumulada foi de 10,4%, enquanto para a população com renda baixa foi de 10,1%, para a população com renda baixa-média e média foi de 10%, para a população com renda média-alta foi de 9,7% e para a população com renda alta foi de 10,5%.
No acumulado do ano, a mesma situação sobre a inflação pode ser observada, com impacto de 5,07% entre a renda muito baixa, de 4,95% para aqueles com baixa renda, 4,6% entre a população de renda baixa-média, 4,68% para a renda média, 4,6% para a renda média-alta e de 5,24% para a renda alta.
Para economistas do ICL, o “problema inflacionário continua sendo um dos mais graves na economia brasileira atual”.
Na inflação em julho, há uma grande diferença entre o impacto dos alimentos e bebidas e do grupo transporte nas diferentes rendas
Observados os grupos individualmente, há uma grande diferença entre o impacto dos alimentos e bebidas e do grupo transporte nas diferentes rendas. Enquanto para o primeiro grupo o impacto foi de 0,41% e 0,44% para as rendas mais baixas e baixas, o impacto para as rendas média-alta e alta foi de apenas 0,22% e 0,21%.
Ao mesmo tempo, a deflação no grupo transportes impactou em 0,64% a renda muito baixa, 1,21% na renda média, 1,19% na renda média-alta e 0,87% na renda alta.
O impacto deflacionário só não foi maior para a alta renda devido à situação de alta do preço das passagens aéreas, que amenizou a queda para o grupo. Isso explica o maior impacto deflacionário deste mês para a população com renda mais alta do que para a população com renda mais baixa.
No acumulado em 12 meses a situação foi bastante similar, o grupo alimentos e bebidas teve um impacto mais contundente para a população de menor renda e o grupo transportes afetou mais a população com renda maior.
Graças a essa característica, ainda houve um certo equilíbrio entre os estratos de renda, ainda que, no mês de julho a distribuição clássica do peso da inflação entre os estratos de renda tenha voltado a ser desenhada. Enquanto o primeiro grupo impactou 4,28% e o segundo teve impacto de 1,32% entre a população de menor renda. Para a população com renda alta, houve impacto de 1,79% do grupo Alimentos e Bebidas e de 4,68% do grupo Transportes.
Na comparação entre o período atual e o mesmo período no ano anterior, a inflação impactou em 1,12% a população com renda muito baixa, em 1,07% a população com renda baixa, em 1,01% a com renda baixa-média, em 0,89 a população com renda média, em 0,78% a população com renda média-alta e em 0,88% aquela com renda alta.
Neste ano, também houve impactos deflacionários, com o impacto negativo de 0,34% para a população com renda muito baixa, de 0,5% para a população com renda baixa, de 0,82% para a renda baixa-média, de 0,85 para a população com renda média, de 0,82% para a população com renda média-alta e de 0,42% para a população com renda alta. Os comportamentos destes dois períodos sobre a inflação foram semelhantes, com impacto maior para a população com renda menor do que entre os estratos de maior renda, ou seja, em ambos os casos, além dos combustíveis, houve alto peso dos alimentos na formação inflacionária, o que impactou mais os estratos mais baixos de renda.
Redação ICL Economia
Com informações do Boletim “Economia Para Todos Investidor Mestre”