Em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o “Conselhão”, nesta quinta-feira (27), o presidente Lula (PT) criticou os “cretinos” da imprensa que, após a entrevista dada por ele na quarta-feira (26), na qual o presidente falou em verificar a real necessidade de cortar gastos públicos, atribuíram a alta do dólar às suas falas. “Quando eu terminei a entrevista, a manchete de alguns comentaristas era de que o dólar subiu pela entrevista do Lula. Os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar entrevista. 15 minutos antes. Então esse mundo perverso, das pessoas colocarem para fora o que querem, sem medir a responsabilidade do que vai acontecer, é muito ruim”.
Lula ainda disse que ‘vai quebrar a cara’ quem apostar no fortalecimento do dólar e no enfraquecimento do real. “Quem estiver apostando em derivativos vai perder dinheiro nesse país. As pessoas não podem ficar apostando no fortalecimento do dólar e no enfraquecimento do real. Eu já disse em 2008. Quem não lembra a quantidade de empresa que quebrou? As pessoas acharam que era importante ganhar dinheiro apostando no fortalecimento do dólar e no enfraquecimento do real e quebraram a cara. E vão quebrar outra vez. Vão quebrar porque eu não voltei a ser presidente para dar errado. Eu só voltei porque eu tenho consciência de que vai dar certo esse país”.
“Vamos parar de ver a dívida pública com o medo que se olha. A dívida pública brasileira, comparada à dos Estados Unidos, do Japão, da Itália e da França, não é dívida, é troco, de tão pequena que é”, disse Lula, durante reunião do Conselhão.
Especulação pode criar ciclo vicioso que prejudica a economia do país
Os “derivativos” mencionados por Lula também são conhecidos como “mercado futuro”. Esse tipo de investimento baseia-se em previsões de como um indicador, como o dólar ou o preço do petróleo, se comportará no médio ou longo prazo.
Essas operações podem servir como uma proteção ou seguro para o investidor, conhecido como “hedge” no jargão econômico. Quando acreditam que a economia pode piorar, compradores e vendedores preferem fechar negócios antecipadamente, com valores pré-fixados, para se protegerem de um cenário desfavorável.
No entanto, em outras ocasiões, esses derivativos são utilizados apenas para especulação, com o objetivo de obter lucro.
O problema surge quando, em um cenário de expectativas negativas, o mercado se movimenta para antecipar as negociações. Essa agitação pode provocar efeitos como inflação, desvalorização da moeda ou retiradas antecipadas, agravando os indicadores atuais e as previsões futuras.
Na prática, há o risco de um ciclo vicioso que prejudica a economia do país.
Com informações do Brasil 247 e do g1