Na primeira viagem internacional, após assumir o cargo de presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da abertura da 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), na terça (24), na Argentina. Em seu discurso, Lula mencionou a importância da integração entre países latino-americanos. Também abordou a primeira reunião da Cúpula, na Costa do Sauípe, na Bahia, em 2008. Em meio aos líderes dos países latino-americanos, Lula levantou a discussão sobre uma moeda comum sul-americana para ser usada em fluxos financeiros e comerciais. Os países latino-americanos da CELAC saudaram a candidatura do Brasil para sediar a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), em 2025, em Belém do Pará.
A Celac é um bloco regional composto por 33 países, que busca a promoção do diálogo político, da concertação e da cooperação regional para o desenvolvimento.
Lula falou que o Brasil regressava à 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a sensação de se reencontrar consigo mesmo e pensar no futuro, com a certeza de estar junto aos. países sul-americanos do Mercosul, Unasul e Celac. É a segunda vez que o presidente fala sobre o desejo de retomar a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Aprovada após o encontro, a “Declaração de Buenos Aires” expressa visão compartilhada dos países latino-americanos sobre um conjunto amplo de temas, entre os quais recuperação econômica pós-pandemia, segurança alimentar e energética, estratégia em saúde, cooperação em meio ambiente, ciência e tecnologia, transformação digital, infraestrutura, entre outros.
A “Declaração de Buenos Aires” ainda aprova um conjunto de iniciativas entre os países latino-americanos para o próximo ano, com destaque para as decisões de convocar reunião dos Ministros da Economia da CELAC no primeiro semestre de 2023 para tratar de agenda comum de recuperação econômica; atualizar o Plano de Segurança Alimentar, Nutrição e Erradicação da Fome da CELAC 2025; e dar continuidade ao Plano de Autossuficiência Sanitária da CELAC, para fortalecer capacidades de produção e distribuição local e regional de vacinas, medicamentos e insumos críticos.
Em matéria de relacionamento externo, foi ratificada a decisão de realizar reunião de Cúpula CELAC-União Europeia em 2023, bem como reunião de Cúpula do Foro CELAC-China em 2024.
Lula reforça a integração entre os países latino-americanos e a importância do diálogo entre blocos no mundo para a ordem mundial pacífica na Celac
“Há uma clara contribuição a ser dada pela região para a construção de uma ordem mundial pacífica, baseada no diálogo, no reforço do multilateralismo e na construção coletiva da multipolaridade.” Ele também destacou a importância do diálogo com consórcios extrarregionais, como a União Europeia, China, Índia, ASEAN e “muito especialmente” a União Africana.
Lula disse que as diversas crises internacionais demonstram o valor da integração global. “Essa integração será feita em melhores termos se os países latino-americanos estiverem bem integrados em nossa região.”
O presidente brasileiro também fez menção ao antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que rompeu com a cúpula por divergências ideológicas com Cuba e Venezuela. A decisão foi chamada de ‘lamentável’ por Lula, que não citou o nome do adversário político.
A gestão de Bolsonaro também optou pelo distanciamento com governo argentino. O ex-presidente não visitou o país depois que Alberto Fernández assumiu poder no lugar de Maurício Macri. “Não queremos importar para a região rivalidades e problemas particulares”, disse.
A fala também mencionou os atos golpistas de 8 de janeiro e agradeceu apoio de países aliados em manifestações de solidariedade. “Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. Nada deve nos separar, já que tudo nos aproxima”, dise Lula aos representantes dos países latino-americanos e caribenhos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias