Mapa da Nova Pobreza: quase 30% dos brasileiros vivem com até R$ 497 mensais

O estado com a maior proporção de pobres foi o Maranhão, com 57,9%
30 de junho de 2022

A pesquisa do Mapa da Nova Pobreza, do FGV Social (Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas), mostra que quase um terço dos brasileiros tem menos de meio salário mínimo para passar o mês.

Pelo levantamento, o número de pessoas com renda domiciliar per capita até R$ 497 mensais atingiu 62,9 milhões de brasileiros em 2021, ou seja, 29,6% da população total do país. O dado corresponde a 9,6 milhões de pobres a mais que no período pré-pandemia, em 2019, o que equivale quase à população de Portugal.

As informações, divulgadas nesta quarta-feira (29), mostram também que a pobreza nunca esteve tão alta no Brasil quanto em 2021, desde o começo da série histórica da PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), em 2012. Para o diretor da FGV Social, o economista Marcelo Neri, trata-se de uma “década perdida”.

Mapa da Nova Pobreza mostra composição geográfica

O Mapa da Nova Pobreza traz também a composição geográfica da pobreza para localizar os estoques e os fluxos de pobreza no território brasileiro.

O estado com a menor taxa de pobreza em 2021 foi Santa Catarina, com 10,16% da população, e o com a maior proporção de pobres foi o Maranhão, com 57,9%. Considerando o segmento de 146 estratos espaciais, aquele com maior pobreza em 2021 é o Litoral e Baixada Maranhense, com 72,59%, já a menor pobreza está no município de Florianópolis, com 5,7%.

A mudança da pobreza de 2019 a 2021 por unidade da federação em pontos percentuais na pandemia revela que o maior incremento se deu em Pernambuco (8,14 pontos percentuais), e as únicas quedas de pobreza no período foram observadas em Tocantins (0,95 ponto percentual) e Piauí (0,03 ponto percentuais).

Na avaliação do diretor da FGV Social, o país precisa de medidas emergenciais e, também, políticas públicas permanentes para reduzir a pobreza. “No curto prazo, você tem que transferir renda de uma maneira bem equilibrada, focalizada nos mais pobres, e, a longo prazo você tem que investir em educação, em atividades produtivas para que as pessoas possam gerar sua própria renda”, explica Neri.

A pesquisa avaliou o nível e a evolução da pobreza durante os anos de pandemia de Covid no Brasil, com base nos dados da Pnad Contínua anual (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Acesse aqui o Mapa da Nova Pobreza na íntegra. 

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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