Mercado financeiro reduz de 7,15% para 7,11% a previsão de inflação para este ano, mostra relatório Focus

Previsão da inflação, fixada pelo CMN, é de 3,5% em 2022. Banco Central já admitiu que vai estourar teto da meta.
8 de agosto de 2022

Economistas do mercado financeiro reduziram de 7,15% para 7,11% a previsão de inflação para este ano. É a sexta queda seguida da previsão, divulgada nesta segunda-feira (8) pelo Banco Central no relatório “Focus”. Foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada. A meta de inflação fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), é de 3,5%. O BC já admitiu que vai estourar teto da meta. A meta de inflação para este ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. No entanto, o Banco Central já admitiu que vai estourar o teto da meta, assim como aconteceu em 2021.

Para atingir a meta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta ou diminui a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, o maior percentual dos últimos seis anos. O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano no fim de 2022. O Copom também vem sinalizando que os juros vão se manter altos por um período mais prolongado.

Quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente as que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário necessariamente acompanhe esse crescimento.

A atual redução da estimativa de inflação coincide com o corte de impostos sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica – que costumam ter impacto no inflação. Além disso, afetam indiretamente os preços de outros itens.

Previsão de inflação menor resulta da estratégia de redução dos impostos em função do ano eleitoral. O governo busca a reeleição 

previsão de inflação, em defesa da democracia, Artigo PEC do Auxílio

Crédito: Agência Brasil/ Fabio Pozzebom

A diminuição dos impostos, em ano eleitoral, foi uma estratégia adotada pelo governo e pelo Congresso. No entanto, apesar de segurarem a inflação em 2022, essas medidas pressionam os preços para 2023, conforme já alertaram diversos economistas.

O mercado financeiro também passou a prever uma alta maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. A previsão dos economistas dos bancos é que a economia brasileira cresça 1,98% em 2022, contra 1,97% previsto anteriormente. Já para 2023, a previsão de alta ficou estável em 0,40%.


A expectativa do mercado para a taxa Selic permaneceu em 11% ao ano. Com isso, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros no ano que vem.

Os economistas do ICL, Deborah Magagna e André Campedelli, explicam que o governo conseguiu reduzir temporariamente a primeira categoria: combustíveis e alimentos. Mas, o efeito da queda do ICMS deve ser no máximo temporário. Para os economistas do ICL, haverá um grande efeito dessa queda no índice inflacionário, podendo, inclusive, ocorrer uma situação deflacionária para o período. Porém, os alimentos, que pareciam ter parado de elevar, voltaram a ter novos inimigos. O leite aumenta de maneira vertiginosa, o que gera aumento em cadeia em todos os seus derivados, como manteiga, requeijão, queijos etc. Além disso, parece que um novo aumento do preço das commodities está prestes a acontecer. Uma vez que os produtos derivados de trigo e milho estão ficando também cada vez mais caros, em ritmo menor do que o leite, mas ainda de forma considerável. Caso ocorra uma nova aceleração de preços internacionais, isso pode impactar ainda mais a inflação de alimentos.

“Os preços dos alimentos, agora, se encontram em patamares bem próximos do que víamos há um ano. Esse efeito não deve aparecer mais nos próximos meses”, afirmam Deborah Magagna e André Campedelli.

No último boletim divulgado, a previsão de inflação era de 8,89% em 2022 e de 4,9% em 2023, de acordo com o Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) em junho passado

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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