Em dia de apagão global em programa de cibersegurança, mercados globais operam no negativo

Os sistemas de computadores falharam no mundo todo nesta sexta, derrubando serviços de companhias aéreas, bancos e a Bolsa de Valores de Londres, após um programa de cibersegurança ter travado.
19 de julho de 2024

Os mercados globais amanhecem no campo negativo, nesta sexta-feira (19), ampliando as perdas da véspera, após interrupções técnicas generalizadas derrubarem as ações de grandes empresas de tecnologia.

Os sistemas de computadores falharam no mundo todo nesta sexta, derrubando serviços de companhias aéreas, bancos e a Bolsa de Valores de Londres, após um programa de cibersegurança ter travado. A Microsoft também reportou problemas com seus serviços em nuvem.

As principais companhias aéreas dos EUA ordenaram escalas em terra, alegando problemas de comunicação, enquanto outras operadoras, empresas de mídia, bancos e companhias de telecomunicações em todo o mundo também relataram que falhas no sistema estavam interrompendo suas operações.

No pré-mercado dos EUA, as ações da Microsoft caíram 2,8%, embora ela tenha dito que havia resolvido a interrupção dos serviços de nuvem que foi responsabilizada por interromper voos e bancos.

Já a empresa de segurança cibernética Crowdstrike recuou até 14% no pregão de pré-mercado americano após informar à CNBC que havia sido afetada pela interrupção. As ações das principais companhias aéreas, incluindo United Airlines Holdings e Delta Air Lines Inc., caíram mais de 1%.

Na Europa, o Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu ontem (18) manter inalterada as suas principais taxas de juros da Zona do Euro. A entidade manteve os juros no patamar de 3,75% ao ano, sem dar certeza de cortes nas taxas na reunião de setembro.

Por aqui, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de cerimônia de anúncio de investimentos para execução de obras e intervenções na Via Dutra e Rio-Santos. Ele participa também de cerimônia de anúncio de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) às exportações da Embraer.

Brasil

Ibovespa levou um tombo ontem (18). A culpa foi atribuída a basicamente três elementos: falas da ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) sobre o fiscal, que trouxeram preocupações ao mercado sobre a capacidade do governo de honrar seus compromissos; impactos do mercado externo; e do movimento conhecido como realização de lucros, uma espécie de correção de rota.

O principal indicador da Bolsa brasileira caiu 1,39%, aos 127.652,06 pontos, uma robusta perda de quase 1,8 mil pontos. O índice não recuava com essa magnitude desde 12 de junho último, quando perdeu 1,40%.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse, em entrevista ontem, que o governo tem o compromisso, determinado pelo presidente Lula, de não gastar mais do que arrecada, acrescentando que tal premissa vai se refletir no Orçamento do próximo ano, que está sendo elaborado pela equipe econômica.

Por sua vez, o dólar comercial seguiu em alta, como anteontem (17), agora com mais 1,89%, para R$ 5,58. Os DIs (juros futuros) subiram com amplitude, de quase 2%, por toda a curva.

Europa

As bolsas europeias operam no campo negativo hoje, com investidores digerindo a decisão do BCE (Banco Central Europeu) de manter as taxas de juros. Autoridades do BCE também disseram que esperavam que a inflação permanecesse acima da meta até o ano que vem.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,41%

DAX (Alemanha): -0,75%

CAC 40 (França): -0,37%

FTSE MIB (Itália): -0,41%

STOXX 600: -0,42%

Estados Unidos

Os índices futuros de Nova York estão em movimento de baixa, nesta manhã de sexta-feira, com as ações de tecnologia pressionadas depois de uma pane global em um sistema de cibersegurança.

A Netflix Inc. subiu no pregão estendido depois que os resultados da gigante do streaming de vídeo mostraram fortes adições de assinantes.

Os investidores também estão de olho na esfera política. O candidato republicano, o ex-presidente Donald Trump, está intensificando sua campanha e o presidente Joe Biden pode sair da disputa.

Dow Jones Futuro: -0,29%

S&P 500 Futuro: -0,21%

Nasdaq Futuro: -0,34%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em baixa, após uma rodada de perdas em Wall Street ontem. Por sua vez, as bolsas chinesas subiram depois que o presidente Xi Jinping prometeu fazer do “desenvolvimento de alta qualidade” o motor da segunda maior economia do mundo, mostrando poucos sinais iniciais de que a liderança está se preparando para lançar medidas significativas para impulsionar a demanda ou conter a crise imobiliária.

Na região, as perdas foram lideradas pelo índice Taiex, que amargou queda de 2,26% em Taiwan, a 22.869,26 pontos, ainda sob efeito de recentes críticas do ex-presidente dos EUA Donald Trump à dominância dos taiwaneses na produção de semicondutores.

Shanghai SE (China), +0,17%

Nikkei (Japão): -0,16%

Hang Seng Index (Hong Kong): -2,03%

Kospi (Coreia do Sul): 1,02%

ASX 200 (Austrália): -0,81%

Petróleo

Os preços do petróleo opera perto da estabilidade, caminhando para um segundo declínio semanal, já que sinais econômicos mistos pesaram sobre o sentimento dos investidores e impulsionaram o dólar.

Petróleo WTI, -0,21%, a US$ 82,65 o barril

Petróleo Brent, -0,12%, a US$ 85,01 o barril

Agenda

Agenda internacional está esvaziada nesta sexta-feira.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem (18) que o governo federal fará uma contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano, com o objetivo de cumprir as exigências do arcabouço fiscal. O movimento deve constar no próximo Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Públicas (RARDP) referente ao terceiro bimestre, a ser divulgado na próxima segunda-feira (22) pela equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lá serão apresentadas as novas estimativas do Poder Executivo para o comportamento das contas públicas no ano e as motivações para o congelamento de gastos. Agenda de indicadores esvaziada nesta sexta.

Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg

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