Depois de fecharem em baixa ontem (25), os mercados mundiais se acomodam, nesta sexta-feira (26), sob a expectativa da divulgação do PCE, inflação do consumo dos Estados Unidos favorito do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) para balizar a política monetária. No Brasil, também será divulgado o IPCA-15 de abril.
Caso o índice venha mais forte que o esperado, um balde de água fria será jogado nas expectativas dos agentes sobre a possibilidade de o Fed promover algum corte nas taxas de juros – atualmente na baixa entre 5,25% e 5,50% ao ano – no curto prazo.
Além disso, os indicadores repercutem os fortes resultados da Microsoft e da Alphabet, um sinal de que a onda de inteligência artificial ajudou a impulsionar os ganhos das ações de tecnologia.
A dona do Google, a Alphabet, disparou até 12% antes da abertura dos mercados em NY, enquanto a Microsoft subiu 3,6%. As empresas superaram as estimativas de Wall Street com seus últimos resultados trimestrais.
Na Ásia, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve sua taxa de juros. O BoJ também disse que continuará a realizar compras de títulos em linha com a decisão de março.
Por aqui, o consenso LSEG prevê que a inflação medida pelo IPCA-15 apontará alta mensal de 0,3% e 2,6% base anual.
Brasil
O dia não foi fácil para os mercados mundiais. O PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos cresceu 1,6% no primeiro trimestre de 2024, bem abaixo do consenso, que indicava alta anual de 2,5%, de acordo com a estimativa “antecipada” divulgada na quinta-feira (25), pelo Escritório de Análise Econômica (BEA).
Mas o mercado reagiu mesmo à leitura preliminar da inflação, medida pelo PCE, que avançou 3,4% no primeiro trimestre na comparação anual. A divulgação oficial do indicador acontece nesta sexta-feira (26).
Se for confirmada uma inflação mais alta pelo indicador favorito do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), isso significa que a autoridade monetária deve manter a taxa de juros alta por mais tempo, o que é uma notícia ruim para os mercados emergentes, como o Brasil. Os investidores normalmente preferem direcionar seus recursos para uma economia mais sólida, ainda que os juros aqui estejam bem mais altos.
A movimentação externa atingiu o Ibovespa, que acabou fechando com baixa de 0,08%, aos 124.645 pontos. O resultado só não foi pior porque a Petrobras (PETR4) ajudou a segurá-lo.
O dólar à vista fechou a R$ 5,1635, com alta de 0,30%.
Europa
As bolsas da Europa operam com ganhos, com as ações de tecnologia e construção liderando os ganhos, com alta de 1,6% e 1,48%, respectivamente. Já as ações de produtos químicos e de seguros foram as únicas a cair, ambas menos de 1%.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,48%
DAX (Alemanha): +0,73%
CAC 40 (França): +0,22%
FTSE MIB (Itália): +0,87%
STOXX 600: +0,61%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em alta após resultados das big techs e antes de dados de inflação de março.
Dow Jones Futuro: +0,15%
S&P 500 Futuro: +0,69%
Nasdaq Futuro: +0,96%
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam com alta em sua maioria, depois que o Banco do Japão manteve sua taxa de juros básica em 0%-0,1%, conforme esperado.
A taxa de inflação global de Tóquio para abril foi de 1,8%, desacelerando face aos 2,6% de março. A inflação subjacente na capital – que exclui os preços dos alimentos frescos – caiu drasticamente para 1,6%, face aos 2,4% de março e acima das expectativas de analistas (2,2%).
Shanghai SE (China), +1,17%
Nikkei (Japão): +0,81%
Hang Seng Index (Hong Kong): +2,12%
Kospi (Coreia do Sul): +1,05%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em alta, com os players avaliando os comentários do secretário do Tesouro dos EUA de que a economia do país está provavelmente numa posição mais forte do que o indicado pelos fracos dados do primeiro trimestre, juntamente com preocupações com a oferta à medida que o conflito continua no Médio Oriente.
Petróleo WTI, +0,42%, a US$ 83,82 o barril
Petróleo Brent, +0,33%, a US$ 89,30 o barril
Agenda
Nos EUA, saem o índice PCE de março, com o consenso LSEG estimando alta de 0,3% na base mensal, e de 2,6% na comparação anual. Também sai o indicador de confiança do consumidor de abril.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a reforma tributária aprovada pelo Congresso e cujo projeto de leis complementares foi enviado anteontem (24) ao Legislativo é mais importante do que se pode imaginar à primeira vista. “Ela é uma coisa que pode incrementar a vida nacional e colocar em questão temas que o ambiente atual não permitiria”, disse o ministro. Na seara de indicadores, sai o índice de confiança de indústria de abril e o IPCA-15 de abril, consenso LSEG prevendo alta mensal de 0,29% e de 3,86% na base anual.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg