Os mercados mundiais operam no campo positivo, nesta manhã de quarta-feira (6), impulsionados pela queda nos rendimentos dos títulos públicos depois que os últimos indicadores econômicos divulgados têm indicado que o aperto monetário das principais economias do mundo, principalmente nos Estados Unidos, está chegando ao fim.
Os sinais de esfriamento da força de trabalho dos Estados Unidos dão combustível aos mercados financeiros. O mais recente indicador, o Jolts, que mostrou desaceleração na oferta de vagas, respalda as especulações de que o Fed (Federal Reserve) cortará os juros no próximo ano para evitar uma recessão. Hoje, os investidores olham para um novo termômetro do trabalho nos EUA, a variação do emprego não-agrícola ADP.
Na contramão dos EUA, o vice-governador do Banco do Japão, Ryozo Himino, sinalizou que o banco central está cada vez mais perto de pôr fim ao último regime de taxa de juros negativa do mundo. Ele indicou que o primeiro aumento das taxas desde 2007 poderia não ser tão prejudicial como temem alguns. E disse que as famílias provavelmente se beneficiariam da melhoria da renda líquida se as taxas passassem ao território positivo – e que o impacto no setor corporativo seria limitado.
Os rendimentos dos títulos públicos de referência caíram acentuadamente, atingindo mínimos de vários meses no Japão, à medida que acompanhavam a queda nos rendimentos do Tesouro dos EUA.
No âmbito geopolítico, os agentes estão acompanhando os desdobramentos das tensões entre Venezuela e Guiana. O mandatário venezuelano, Nicolás Maduro, mandou criar o Estado de Guiana Essequiba e ordenou à estatal PDVSA que distribua licenças para exploração de petróleo na região do Essequibo, que corresponde a 70% da Guiana.
Por aqui, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, adiou para a próxima semana a votação do projeto de lei das apostas esportivas.
Na seara de dados econômicos, serão divulgados hoje o resultado primário de outubro, com consenso LSEG prevendo superávit de R$ 17,6 bilhões, e o índice IGP-DI de novembro.
Brasil
O Ibovespa operou com volatilidade na terça-feira (5), devido aos dados do mercado externo e à instabilidade dos preços das commodities.
Mas, no fim do dia, o principal indicador da Bolsa brasileira fechou com leve alta de 0,08%, aos 126.903 pontos, impulsionado pelo PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que veio melhor que o esperado, e com uma forcinha das ações de varejistas (GPA e Magazine Luiza em destaque).
O PIB do país cresceu 0,1% no terceiro trimestre, segundo o IBGE. Essa é a terceira taxa positiva seguida, após a variação de -0,1% nos últimos três meses do ano passado.
Com isso, o indicador, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, está novamente no maior patamar da série histórica e opera 7,2% acima do nível pré-pandemia (quarto trimestre de 2019).
Nas negociações do dia, o dólar fechou a R$ 4,9255, com recuo de 0,47%, no mercado à vista.
Europa
As bolsas da Europa operam em alta hoje, embaladas pelo otimismo dos investidores de que o BCE (Banco Central Europeu) promoverá cortes nas taxas de juros no próximo ano.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,32%
DAX (Alemanha), +0,16%
CAC 40 (França), +0,13%
FTSE MIB (Itália), +0,30%
STOXX 600, +0,27%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam com leves ganhos nesta manhã, com investidores à espera de novos dados de emprego da pesquisa ADP.
Na véspera, o relatório Jolts mostrou que a abertura de postos de trabalho dos setores não-agrícolas nos Estados Unidos caiu de 9,350 milhões (dado revisado) em setembro, para 8,733 milhões em outubro. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas, que estimavam a criação de 9,3 milhões de vagas.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,07%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,21%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,32%
Ásia-Pacífico
As bolsas da Ásia fecharam com alta em sua maioria. Em Xangai, o quadro foi de perdas contidas, um dia após a Moody’s ter reafirmado o rating da China em A1, mas alterado a perspectiva de estável para negativa. Por lá, os bancos estiveram sob pressão, mas ações ligadas a commodities agrícolas e a alimentos subiram.
Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei subiu 2,04%, para 33.445,90 pontos. Busca por preços mais baixos após perdas recentes foi um motivo apontado neste pregão.
Shanghai SE (China), -0,11%
Nikkei (Japão), +2,04%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,83%
Kospi (Coreia do Sul), +0,04%
ASX 200 (Austrália), +1,65%
Petróleo
As cotações do petróleo caem, uma vez que os mercados continuam a duvidar do impacto dos cortes da OPEP+ e a seguirem sugestões de uma piora das perspetivas de procura na China.
Petróleo WTI, -0,17%, a US$ 72,20 o barril
Petróleo Brent, 0,01%, a US$ 77,19 o barril
Agenda
Nos EUA, saem hoje os dados do emprego privado ADP de novembro. O consenso LSEG prevê a criação de 130 mil vagas. Também será divulgada a balança comercial de novembro, com o consenso estimando déficit de US$ 64,2 bilhões.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a surpresa para cima com o PIB do terceiro trimestre – de 0,1%, contra mediana de -0,2% na pesquisa Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado – e as revisões na série histórica consolidaram no mercado a percepção de um crescimento da atividade econômica ao redor de 3,0% em 2023. Cenários alinhados a essa expectativa, como o do Citi (3,1%), Bank of America (3,0%) e Itaú Unibanco (2,9%), foram conservados. Já casas que estavam menos otimistas promoveram revisões – como nos casos de G5 Partners (2,8% para 3%) e Ativa Investimentos (2,5% para 2,9%). Outras adicionaram viés de alta às estimativas, como a SulAmérica Investimentos (2,8%). O Santander Brasil colocou em revisão a sua estimativa, de 2,5%. Na frente de dados econômicos, saem hoje o resultado primário de outubro, com o consenso LSEG prevendo superávit de R$ 17,6 bilhões; e o IGP-DI de novembro.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg