Mercados mundiais operam em baixa com possível restrição comercial mais severa dos EUA à China

Por aqui, o STF atendeu ao pedido do Senado e do governo e estendeu até 11 de setembro a suspensão do processo que trata da desoneração de impostos sobre a folha de pagamento.
17 de julho de 2024

Os mercados mundiais operam majoritariamente em baixa, nesta manhã de quarta-feira (17), com os investidores à espera dos dados da produção industrial e do Livro Bege, com os prognósticos da economia do Federal Reserve (Fed), sobre as diferentes regiões do país. Os ativos também são pressionados por preocupações com restrições comerciais mais rígidas dos Estados Unidos em relação à China.

O governo Biden disse a aliados que está considerando usar as restrições comerciais mais severas disponíveis se empresas como a Tokyo Electron e a ASML continuarem dando ao país acesso à tecnologia avançada de semicondutores.

No campo político-econômico, o polêmico bilionário Elon Musk disse que vai transferir as sedes do X e da SpaceX para o Texas, alimentando ainda mais os esforços do bilionário para se alinhar com a direita política dos EUA e se distanciar da Califórnia, que tem uma inclinação à esquerda.

Por aqui, a produção de minério de ferro da Vale foi mais forte do que o esperado no segundo trimestre, impulsionada por uma produção robusta em sua maior mina no norte do Brasil. A Vale extraiu 80,6 milhões de toneladas de minério de ferro no período, ante estimativa média de 78,9 milhões de toneladas dos analistas consultados pela Bloomberg.

O STF (Supremo Tribunal Federal) atendeu ao pedido do Senado e do governo e estendeu até 11 de setembro a suspensão do processo que trata da desoneração de impostos sobre a folha de pagamento.

Na agenda econômica, investidores aguardam pelo IGP-10 e dados do fluxo cambial. O consenso LSEG prevê alta de 0,82%.

Brasil

Após 11 altas consecutivas, o Ibovespa fechou o pregão de ontem (16) com leve baixa de 0,16%, aos 129,110,38 pontos. Mas foi por pouco que o principal indicador da Bolsa não conseguiu o feito.

A virada ocorreu porque a Vale (VALE3), um dos pesos-pesados da Bolsa, caiu 1,05%, em dia de baixa do minério de ferro no mercado internacional, ainda com preocupações sobre o fôlego da economia chinesa, e de divulgação dos dados de produção e vendas, que saem após o fechamento do mercado.

Além disso, analistas atribuíram a queda a outro ruído de comunicação vindo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista fez comentários, em entrevista à TV Record, que foi exibida ontem à noite, de que precisava ser convencido de que era preciso realizar cortes no Orçamento entre R$ 15 e 20 bilhões.

O dólar também voltou a fechar em queda, desta vez de 0,30%, a R$ 5,42. Já os DIs (juros futuros) mantiveram-se em queda por toda a curva.

Europa

As bolsas europeias caem, seguindo o sentimento mais pessimista visto ontem de investidores. As ações da empresa holandesa de semicondutores ASML caíram 5,9% depois que a Bloomberg informou que os EUA estão considerando restrições comerciais mais severas para fabricantes de chips que estão exportando sua tecnologia para a China, já que a incerteza geopolítica pesou sobre o setor de chips em geral.

No campo macroeconômico, a inflação do Reino Unido chegou a 2% em uma base anual em junho, um pouco maior do que a previsão de 1,9%, mas em linha com a leitura de 2% de maio e a meta do Banco da Inglaterra.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,21%

DAX (Alemanha): -0,34%

CAC 40 (França): -0,42%

FTSE MIB (Itália): -0,10%

STOXX 600: -0,56%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA também operam no campo negativo hoje, com os investidores aguardando mais falas de membros do Fed e dados corporativos da United Airlines, Discover Financial Services, Johnson & Johnson e U.S. Bancorp.

Dow Jones Futuro: -0,17%

S&P 500 Futuro: -0,72%

Nasdaq Futuro: -1,23%

Ásia

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa, com os investidores aguardando o resultado de uma reunião de líderes chineses e repercutindo a notícias de possíveis restrições mais severas por parte dos Estados Unidos.

Nos últimos dias, os mercados chineses operaram na expectativa de que o Partido Comunista chinês anunciasse novas medidas de estímulo durante reunião de quatro dias que termina amanhã (18), o que ainda não se concretizou.

Shanghai SE (China), -0,45%

Nikkei (Japão): -0,43%

Hang Seng Index (Hong Kong): +0,06%

Kospi (Coreia do Sul): -0,80%

ASX 200 (Austrália): +0,73%

Petróleo

Os preços do petróleo operam próximos da estabilidade, em meio a sinais de enfraquecimento da demanda na China e perspectiva de declínio dos estoques de petróleo dos EUA.

Petróleo WTI, +0,05%, a US$ 80,80 o barril

Petróleo Brent, -0,07%, a US$ 83,67 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, saem os dados da produção industrial, do Livro Bege e são aguardadas mais falas de membros do Fed, o banco central dos EUA.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou até 11 de setembro a suspensão do processo que trata da desoneração de impostos sobre a folha de pagamento de 17 setores da economia e de determinados municípios até 2027. O pedido de prorrogação foi feito ontem (16) pelo Senado Federal e pela Advocacia-Geral da União (AGU), que pretendem utilizar o prazo para encerrar as negociações entre o governo federal e parlamentares para um acordo envolvendo a compensação financeira da União pela desoneração dos setores. Na seara de indicadores, sai o IGP-10 de julho, com o consenso LSEG prevendo alta de 0,82%.

Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg

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