Mercados mundiais começam a 6ª feira no negativo, após recordes históricos do Dow Jones e do S&P 500

O S&P 500 subiu 1,7% e ultrapassou a marca dos 5.700 pontos pela primeira vez. O Dow Jones, por sua vez, avançou 1,26%, fechando acima dos 42.000 pontos. O Nasdaq Composite registrou alta de 2,5%.
20 de setembro de 2024

Os mercados mundiais operam no campo negativo, nesta sexta-feira (20), após a euforia dos indicadores ontem (19) impulsionada pelo corte de juros nos Estados Unidos. Ontem, Dow Jones e S&P 500 bateram recordes históricos. Na Ásia, ao contrário, as bolsas fecharam em alta, com o índice Nikkei liderando os ganhos.

O S&P 500 subiu 1,7% e ultrapassou a marca dos 5.700 pontos pela primeira vez. O Dow Jones, por sua vez, avançou 1,26%, fechando acima dos 42.000 pontos. O Nasdaq Composite registrou alta de 2,5%.

Dados do mercado de trabalho, juntamente com o corte de juros do Fed na quarta-feira, pareceram reforçar o otimismo dos investidores. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego, que chegaram a 219 mil na semana passada, foram menores do que o esperado.

As ações europeias também recuam nesta manhã de sexta-feira, à medida que notícias corporativas atenuam a euforia com a trajetória das taxas de juros. As ações da Mercedes-Benz caíram até 8,4% após reduzir o guidance devido à fraca demanda na China.

Na Ásia, o banco central do Japão manteve a taxa de juros em 0,25% e perspectiva de aumento adiante. O iene teve leve queda, e o Nikkei 225 subiu 1,53%, em cenário oposto à turbulência que se seguiu à elevação do juro na reunião anterior.

No Brasil, a sexta-feira tem agenda de indicadores esvaziada.

Brasil

Ibovespa fechou pela terceira vez consecutiva em queda ontem (19), um dia após o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central ter elevado a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. O principal indicador da Bolsa brasileira caiu 0,47%, aos 133.122 pontos.

O Brasil ficou fora da onda de apetite global na quinta-feira, depois que o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) decidiu, anteontem (18), baixar os juros em 0,50 p.p. pela primeira vez em 4,5 anos, o que contribuiu para ampliar o fluxo de recursos globais ontem.

Por aqui, prevaleceu no humor dos agentes o tom duro do comunicado do Copom, sugerindo novas altas pela frente, o que é considerado positivo no curto prazo, mas ruim para o futuro da economia do país.

O dólar comercial emendou sua sétima queda consecutiva, agora com 0,70%, cotado a R$ 5,42.

Europa

Os mercados europeus operam em queda, nesta manhã de sexta-feira, após alta da véspera com as recentes decisões dos bancos centrais sobre taxas de juros e suas implicações para a economia global.

Ontem, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve sua taxa básica de juros em 5,0%, após concluir sua reunião de política monetária. Mais uma vez, a decisão do BoE não foi unânime, com 8 diretores votando a favor da manutenção e um optando por um corte de 0,25 ponto percentual.

As vendas no varejo do Reino Unido aumentaram 1% em agosto, acima do esperado. Investidores aguardam agora a divulgação dos dados de confiança do consumidor europeu, que podem influenciar o sentimento do mercado nos próximos dias.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,53%
DAX (Alemanha): -0,94%
CAC 40 (França): -0,92%
FTSE MIB (Itália): -0,58%
STOXX 600: -0,61%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA começam a sexta-feira no negativo, após recorde dos indicadores na véspera. No campo corporativo, a gigante do transporte FedEx recuou 11% no pregão estendido depois que a empresa cortou o limite superior de sua perspectiva de lucros para o ano inteiro e reduziu sua projeção de receita. A Nike, por sua vez, subiu mais de 7% após anunciar que o CEO John Donahoe deixará o cargo em 13 de outubro.

Dow Jones Futuro: -0,03%
S&P 500 Futuro: -0,25%
Nasdaq Futuro: -0,39%

Ásia

As bolsas da Ásia reagiram positivamente às decisões de manter os juros pelo Banco do Japão e o Banco Popular da China. No caso japonês, a taxa básica de juros foi mantida em torno de 0,25% — a maior desde 2008.

A China também não alterou suas principais taxas de empréstimo, com a taxa básica de juros de um ano — que afeta empréstimos corporativos e residenciais — em 3,35% e a LPR de cinco anos — uma referência para taxas de hipotecas — em 3,85%.

O índice de preços ao consumidor do Japão subiu 2,8% na base anual, em linha com as estimativas de analistas. Excluindo alimentos frescos e energia, a inflação chegou a 2%, contra 1,9% no mês anterior.

Shanghai SE (China), +0,03%
Nikkei (Japão): +1,53%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,36%
Kospi (Coreia do Sul): +0,49%
ASX 200 (Austrália): +0,21%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa, mas caminham para encerrar em alta pela segunda semana consecutiva após corte nas taxas de juros dos EUA e queda nos estoques globais.

Petróleo WTI, -0,35%, a US$ 71,70 o barril
Petróleo Brent, -0,45%, a US$ 74,54 o barril

Agenda

Na agenda internacional, saem os dados da confiança do consumidor da zona do euro e a presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, participa de evento do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) referendou recomendação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para a retomada do horário de verão no Brasil, mas a medida ainda requer mais análises, disse ontem o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Segundo Silveira, o horário de verão poderia gerar uma economia de R$ 400 milhões, uma vez que evitaria o acionamento de mais geração térmica. A decisão deve ser tomada dentro dos próximos dez dias, disse o ministro. A medida, que depende de uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode entrar em vigor ainda em 2024, em momento em que o país busca otimizar a geração de energia diante de uma condição mais seca do parque hidrelétrico. Não há indicadores relevantes previstos na agenda brasileira.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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