Os mercados mundiais operam em trajetória positiva, nesta manhã de terça-feira (24), com os investidores reagindo aos novos recordes estabelecidos pelo S&P 500 e pelo Dow Jones na sessão anterior; e às medidas de estímulo da China destinadas a sustentar o crescimento, o que incentivou o apetite a risco de investidores.
O banco central da China revelou seu maior estímulo desde a pandemia para tirar a economia da crise deflacionária e trazê-la de volta à meta de crescimento do governo. O pacote anunciado, mais amplo do que o esperado, oferece mais financiamento e cortes nas taxas de juros.
O governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, anunciou em uma coletiva de imprensa que a China reduzirá a taxa de reserva obrigatória ou a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter em 50 pontos-base.
No Japão, o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse que não há pressa para um novo aumento do juros citando que qualquer decisão do banco central vai depender de novos dados e sinalizando, segundo analistas, que a taxa deve ser mantida na próxima reunião.
Por aqui, as atenções hoje se dividem entre a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) e o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
Brasil
O Ibovespa emendou ontem (23) a quinta baixa seguida, ainda sob efeito da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, na quarta-feira passada (18). O principal indicador da Bolsa brasileira caiu 0,38%, aos 130.568,37 pontos, uma perda de 497,07 pontos.
O fechamento de ontem leva ao patamar mais baixo desde 8 de agosto, quando o índice encerrou com 128.660,88 pontos.
Para justificar a sequência de baixas, os analistas sacaram novamente da cartola a cantilena da preocupação com o fiscal. A equipe econômica anunciou, na última sexta-feira (20), redução em R$ 1,7 bilhão do congelamento do recursos do Orçamento de 2024, conforme dados do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do quarto bimestre.
Além disso, o Boletim Focus do Banco Central, divulgado ontem, mostra que a mediana das projeções dos mais de cem analistas consultados para a publicação elevaram a expectativa de inflação medida pelo IPCA de 4,35% para 4,37% este ano. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) também subiu de 2,96% para 3,00% e a taxa básica de juros, de 11,25% para 11,50%, também em 2024.
O dólar comercial terminou o dia com nova alta, agora de 0,25%, cotado a R$ 5,53.
Europa
As bolsas europeias sobem, impulsionadas pelas medidas de estímulo monetário do banco central da China e afastando preocupações sobre as perspectivas de crescimento da Europa.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,44%
DAX (Alemanha): +0,87%
CAC 40 (França): +1,64%
FTSE MIB (Itália): +0,77%
STOXX 600: +0,79%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA também operam no azul, com os investidores repercutindo os recordes do S&P 500 e do Dow Jones na véspera, e as medidas de estímulos anunciadas pela China.
Além disso, agentes do mercado estarão atentos à divulgação de importantes indicadores econômicos nesta terça, com destaque para o índice de confiança do consumidor, divulgado pelo Conference Board, e do índice de manufatura do Federal Reserve de Richmond.
Dow Jones Futuro: +0,20%
S&P 500 Futuro: +0,26%
Nasdaq Futuro: +0,42%
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta, com as ações da China continental registrando seu melhor dia em mais de quatro anos, depois do pacote de estímulos anunciado pelo banco central chinês, o maior desde a pandemia de Covid-19.
Shanghai SE (China), +4,15%
Nikkei (Japão): +0,57%
Hang Seng Index (Hong Kong): +4,13%
Kospi (Coreia do Sul): +1,14%
ASX 200 (Austrália): -0,13%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem mais de 1% devido a preocupações de que a intensificação do conflito entre Israel e o Hezbollah possa afetar o fornecimento no Oriente Médio.
Petróleo WTI, +1,66%, a US$ 71,54 o barril
Petróleo Brent, +1,52%, a US$ 75,01 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, saem o índice de confiança do consumidor, divulgado pelo Conference Board, e do índice de manufatura do Federal Reserve de Richmond.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem (23) que as despesas do governo federal seguem dentro das regras do arcabouço fiscal e garantiu que o Executivo vai conseguir cumprir a meta para as contas públicas deste ano. Em rápida entrevista a jornalistas em Nova York, Haddad atribuiu o potencial de alcançar a meta a uma série de elementos positivos que ainda vão acontecer, que não haviam sido levados em consideração anteriormente, e destacou uma revisão benéfica de despesas. “Nós divulgamos os dados do quarto relatório (bimestral de receitas e despesas) deste ano, mostrando que as despesas estão absolutamente dentro da regra do arcabouço, limitadas a 2,5% de crescimento em relação ao ano passado, tivemos boas surpresas nesse quarto relatório”, afirmou. Na agenda do dia, os destaques são a divulgação da ata do Copom e a Sondagem do Consumidor pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias