Os mercados mundiais estão operando no campo negativo, nesta manhã de terça-feira (5), às vésperas da divulgação da pesquisa ADP, com a geração de vagas de trabalho no setor privado, e das falas do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, na Câmara e no Senado norte-americanos, na quarta e quinta-feira (6 e 7).
Também pesam sobre os mercados hoje as novas metas e medidas da China para aumentar a confiança em sua economia.
O Congresso Nacional do Povo da China incluiu metas de crescimento e inflação, bem como medidas para apoiar uma economia prejudicada por uma queda no setor imobiliário e deflação arraigada. O governo anunciou, por exemplo, a emissão de 1 trilhão de yuan (US$ 139 bilhões) em títulos especiais de longo prazo este ano, enquanto as autoridades prometem aumentar o estímulo fiscal para a segunda maior economia do mundo.
Voltando aos Estados Unidos, a forte alta nas ações no país este ano deixou os estrategistas do JPMorgan e do Goldman Sachs divididos sobre se está se formando uma bolha no mercado. Para Marko Kolanovic, do JPMorgan, a forte alta nas ações americanas e a rápida disparada do bitcoin acima de US$ 60 mil sinalizam que sim. Enquanto isso, David Kostin, do Goldman Sachs, está entre aqueles que pensam que o clima de “risk-on” é justificado, argumentando que os valuations elevados das big techs são sustentadas pelos fundamentos.
Por aqui, saem nesta terça-feira dados de inflação ao produtor de janeiro e de serviços de fevereiro, além do Boletim Focus.
Brasil
O Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores brasileira, registrou queda de 0,64% na segunda-feira (4), fechando aos 128.352 pontos.
No cenário internacional, os futuros de ações nos Estados Unidos também demonstraram alguma fraqueza. O Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq registraram quedas de 0,25%, 0,12% e 0,41%, respectivamente. Enquanto isso, o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos aumentou em 3,5 pontos-base, atingindo 4,217%.
O dólar registrou uma queda de 0,15% em relação ao real, sendo negociado a R$ 4,947 na venda e a R$ 4,948 na compra, em uma sessão com pouca movimentação.
Europa
As bolsas da Europa estão operando no campo negativo hoje, com os agentes monitorando a reunião do BCE (Banco Central Europeu) que acontece no fim desta semana. A expectativa é que a autoridade monetária da zona do euro mantenha as taxas de juro estáveis na quinta-feira (7), mesmo com a inflação a mostrar mais sinais de abrandamento.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,31%
DAX (Alemanha): -0,28%
CAC 40 (França): -0,28%
FTSE MIB (Itália): -0,01%
STOXX 600: -0,28%
Estados Unidos
Os índices futuros operam no vermelho hoje, com dados econômicos, incluindo o índice de gestores de compras (PMI) de serviços, as encomendas de bens duráveis e o índice de serviços ISM, no radar dos investidores.
Dow Jones Futuro: -0,15%
S&P 500 Futuro: -0,32%
Nasdaq Futuro: -0,67%
Ásia
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em baixa, após anúncios da China para impulsionar sua economia aparentemente falharem em impressionar os investidores.
A China estabeleceu como meta crescer “em torno de” 5% este ano, a mesma do ano passado. Para o ING, será mais difícil cumprir o objetivo em 2024, visto que muitos dos impulsos à economia decorrentes de medidas tomadas durante a pandemia de Covid-19 vão gradualmente diminuir.
Pequim também ampliou seu orçamento de defesa em 7,2% e anunciou planos de emitir o equivalente a US$ 139 bilhões em títulos ultralongos especiais.
Shanghai SE (China), +0,28%
Nikkei (Japão): -0,03%
Hang Seng Index (Hong Kong): -2,61%
Kospi (Coreia do Sul): -0,93%
ASX 200 (Austrália): -0,15%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com baixa, com os traders repercutindo as medidas anunciadas pela China, maior produtor mundial da commodity, para impulsionar sua economia.
Petróleo WTI, -0,37%, a US$ 78,45 o barril
Petróleo Brent, -0,21%, a US$ 82,63 o barril
Agenda
Na agenda norte-americana, saem hoje o PMI de serviços (final) de fevereiro; encomendas à indústria de janeiro; e o ISM de serviços de fevereiro.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse ontem (4) que a curva da inflação no país está seguindo uma trajetória “benigna”. De acordo com ele, o setor que demanda mais atenção é o do serviços, que “começou a pressionar um pouco” os preços. “A gente precisa ver qual é a dinâmica [da inflação do setor] de serviço. A gente fez várias análises sobre a dinâmica de inflação de serviço e entende que não tem nada, hoje, que acenda nenhum tipo de luz vermelha, mas que a gente precisa estar atento”, disse, em evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na capital paulista. Na seara de indicadores, saem hoje o Boletim Focus semanal, preços ao produtor de janeiro e o PMI de serviços de fevereiro.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg
