Os mercados mundiais amanheceram no campo negativo, nesta quarta-feira (29), com os investidores na expectativa para a divulgação do Livro Bege e em falas de membros do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) e o que elas podem sinalizar sobre o futuro da política monetária norte-americana.
O Livro Bege traz considerações sobre os rumos do cenário macroeconômico dos Estados Unidos.
Na Europa, as ações caíram neste começo de dia, em linha com a queda nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos durante a noite após leilões de dívida considerados fracos e comentários hawkish (controle mais rigoroso da inflação) de parte de autoridades do Federal Reserve.
Na Ásia, diante dos dados mais recentes e de medidas tomadas pelo governo chinês, o FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou de 4,6% para 5,0% a sua projeção de crescimento da economia da China neste ano.
Por aqui, na véspera do feriado de Corpus Christi, saem os dados da Pnad Contínua, que mede a taxa de desemprego, o IGP-M de maio e o resultado do setor público consolidado de abril.
A Câmara dos Deputados aprovou na noite de ontem (28) o projeto de lei que tributa em 20% compras de até US$ 50 em sites estrangeiros como Shein, Shopee e Aliexpress. O projeto segue agora para o Senado.
Brasil
Dois pesos pesados da Bolsa brasileira influenciaram os negócios nesta terça-feira (28). De um lado, a Petrobras reagiu positivamente à primeira entrevista coletiva da nova presidente da estatal, Magda Chambriard. De outro, a Vale recuou puxada pela queda do minério de ferro no mercado internacional.
Ao fim do pregão, prevaleceu a força da mineradora (VALE3), e o Ibovespa acabou fechando em baixa de 0,58%, aos 123.779 pontos.
O dólar fechou com baixa de 0,35%, a R$ 5,15 no mercado à vista.
Europa
As bolsas europeias operam no campo negativo, após registrar na véspera a pior sessão em um mês, com investidores avaliando as perspectivas das taxas de juros globais e atentos ao aumento dos rendimentos dos títulos globais.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,33%
DAX (Alemanha): -0,69%
CAC 40 (França): -0,89%
FTSE MIB (Itália): -0,95%
STOXX 600: -0,64%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em baixa, após o Nasdaq Composite atingir novo recorde na véspera, fechando acima dos 17 mil pontos pela primeira vez. O indicador foi impulsionado por um salto de quase 7% na Nvidia, empresa do setor de Inteligência Artificial.
Por outro lado, o S&P 500 subiu apenas 0,02%, e o Dow Jones caiu quase 0,6%, arrastado para baixo por um declínio nas ações da Merck.
Ontem (28), as ações perderam terreno nas negociações da tarde, depois que os rendimentos dos Treasuries subiram para picos em várias semanas após fracos leilões de dívida.
Dow Jones Futuro: -0,52%
S&P 500 Futuro: -0,62%
Nasdaq Futuro: -0,67%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em baixa nesta quarta-feira, após o comportamento misto de Wall Street ontem na volta do feriado.
Das notícias da região, o índice Nikkei caiu 0,77% em Tóquio, a 38.556,87 pontos, pressionado por ações de eletrônicos e maquinário, à medida que o juro do título do governo japonês (JGB) de 10 anos renovou máxima em 12 anos com expectativas de mais aperto monetário por parte do Banco do Japão (BoJ).
Na China continental, por outro lado, as bolsas ficaram levemente no azul hoje, repercutindo as novas medidas de incentivo ao setor imobiliário em Xangai e outras grandes cidades chinesas.
Shanghai SE (China), +0,05%
Nikkei (Japão): -0,77%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,83%
Kospi (Coreia do Sul): -1,67%
ASX 200 (Austrália): -1,30%
Petróleo
As cotações do petróleo sobem hoje embaladas pelas expectativas de que os principais produtores manterão os cortes de produção na reunião deste domingo, ao mesmo tempo em que o consumo de combustível deverá começar a aumentar com o início da época de pico da demanda no verão.
Petróleo WTI, +0,88%, a US$ 80,53 o barril
Petróleo Brent, +0,84%, a US$ 84,93 o barril
Agenda
Na agenda de hoje nos Estados Unidos, saem o Livro Bege e são aguardadas falas do presidente do Fed de Nova York, John Williams, e do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, que participam de eventos.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a medida para compensar a manutenção da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia sairá na próxima sexta-feira (31), segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O governo editará apenas um ato para aumentar a arrecadação que não dependerá do Congresso, conforme informou o mandatário da pasta ontem. Na seara de indicadores, saem o IGP-M de maio, com o consenso LSEG prevendo alta de 0,84%; o resultado primário, com o consenso LSEG projetando superávit de R$ 14,8 bilhões; a taxa de desemprego de abril; consenso LSEG prevê taxa em 7,7%; e a dívida pública de abril.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg