Mercados mundiais operam em direções distintas sob o efeito dos problemas em torno do Credit Suisse

Para hoje, também é aguardada a divulgação da nova taxa de juros da Europa. O Banco Central Europeu deve anunciar um reajuste para cima de 0,50 ponto percentual, conforme previsto
16 de março de 2023

Depois de um dia turbulento como consequência dos problemas envolvendo o Credit Suisse, cujas ações chegaram a despencar 30% na Bolsa de Nova York, os mercados mundiais operam em direções distintas nesta manhã de quinta-feira (16), após o Banco Nacional Suíço dizer que faria um aporte de recursos para garantir a liquidez do banco. As bolsas da Europa operam em alta, enquanto os índices futuros dos EUA seguem sem direção definida. Os mercados asiáticos, por sua vez, fecharam em baixa.

O Credit Suisse anunciou ontem à noite (15) que pretende exercer a sua opção de tomar empréstimos de até 50 bilhões de francos suíços (US$ 53,68 bilhões) do Banco Nacional Suíço por meio de uma linha de empréstimo coberta e uma linha de liquidez de curto prazo. Depois do anúncio, as ações da instituição sobem mais de 20% hoje.

Na Europa, os investidores estão atentos nesta quinta-feira ao anúncio da decisão sobre a taxa de juros do Banco Central Europeu. A expectativa é que a autoridade monetária anuncie um aumento de 0,50 ponto percentual, conforme sinalizado anteriormente pela presidente do BCE, Christine Lagarde, uma vez que a inflação permanece alta.

Mais do que a decisão de hoje, os investidores estarão atentos ao comunicado da autoridade monetária europeia sobre os próximos passos da política de juros.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quarta-feira (15) em queda, refletindo o receio dos investidores diante da crise bancária nos Estados Unidos e o derretimento do Credit Suisse na Europa. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 0,25%, aos 102.675 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, o cenário internacional causou um dia de nervosismo nos mercados, com o Ibovespa atingindo a mínima no fim da manhã, aos 100.692 pontos. Ao longo da tarde, o índice foi se recuperando, o que minimizou as perdas até o fechamento. A melhora no Ibovespa ocorreu na esteira do cenário doméstico, com expectativas sobre o novo arcabouço fiscal que deve ser apresentado nos próximos dias pelo governo Lula.

Nas negociações do dia, o dólar teve alta de 0,70% frente ao real, negociado a  R$ 5,294 na compra e na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam com alta após o banco central suíço intervir para ajudar Credit Suisse, cujas ações despencaram na véspera devido a problemas encontrados em seu balanço. Também está no radar dos investidores, nesta quinta-feira, a divulgação da decisão sobre juros do Banco Central Europeu, que deve elevar os juros em mais 50 pontos-base.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,90%
DAX (Alemanha), +0,94%
CAC 40 (França), +1,04%
FTSE MIB (Itália), +1,28%
STOXX 600, +0,62%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam mistos nesta manhã de quinta-feira, com investidores avaliando o encaminhamento das decisões para debelar a crise em torno do Credit Suisse.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,20%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,10%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,24%

Ásia

As bolsas asiáticas fecharam com baixa generalizada, com os mercados regionais sentindo o baque da crise do Credit Suisse, que aumentou os temores de problemas bancários na região, principalmente depois dos colapsos do Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank no fim de semana passado.

Shanghai SE (China), -1,12%
Nikkei (Japão), -0,80%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,72%
Kospi (Coreia do Sul), -0,08%
ASX 200 (Austrália), -1,46%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com alta, após as cotações da commodity atingirem os níveis mais baixos desde dezembro de 2021, tendo caído por três dias seguidos, também sentindo os efeitos das crises envolvendo os bancos nos EUA e o Credit Suisse.

Petróleo WTI, +0,92%, a US$ 68,23 o barril
Petróleo Brent, +1,04%, a US$ 74,46 o barril

Agenda

Na agenda desta quinta-feira, o destaque é a divulgação de reajuste de 0,50 ponto percentual na taxa de juros pelo Banco Central Europeu (BCE). O que mais interessa aos investidores no momento é quais serão os próximos passos da autoridade monetária.

Por aqui, no Brasil, no campo político, com agente econômica de indicadores esvaziada, as atenções se voltam à divulgação do projeto de novo arcabouço fiscal, que está agora nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sem detalhar prazos, Lula sinalizou que a divulgação deve ser feita antes de sua ida à China, prevista para o fim deste mês e que deverá contar com a presença de Haddad. Lula deve se reunir hoje com Haddad para conversarem sobre a proposta.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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