Maioria dos mercados mundiais opera no negativo após balanços de bancos e à espera do Livro Bege nesta 4ª feira

No Brasil, governo federal entregou o projeto do arcabouço fiscal ao Congresso, o que contribuiu para o fechamento em alta do Ibovespa
19 de abril de 2023

A maioria dos mercados mundiais opera em baixa nesta manhã de quarta-feira (19), com os investidores repercutindo os balanços corporativos do primeiro trimestre divulgados nos Estados Unidos e à espera da divulgação do Livro Bege nesta tarde. O documento dará pistas aos mercados sobre os próximos passos do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) na condução da política monetária.

Ontem (18), alguns bancões divulgaram seus balanços, o que acendeu o sinal amarelo a respeito da saúde financeira dessas instituições, algo preocupante especialmente depois dos problemas recentes envolvendo bancos nos EUA e na Suíça.

O caso mais preocupante foi o do Goldman Sachs. No primeiro trimestre de 2023, o lucro da instituição teve queda para US$ 3,09 bilhões em comparação com US$ 3,83 bilhões do mesmo período do ano anterior (-19,3%), o que mostra que o banco não conseguiu surfar na onda de aumento de juros nos EUA.

Por sua vez, o Bank of America  registrou aumento do lucro líquido para US$ 7,66 bilhões, ou US$ 0,94 por ação, nos três meses encerrados em 31 de março. No mesmo período de 2022, o lucro da instituição foi de US$ 6,6 bilhões, ou US$ 0,80 por ação, avanço de 16%. A projeção de consenso Refinitiv era de um lucro de US$ 0,82 por ação.

Apesar disso, os investidores não ficaram satisfeitos com o aumento dos “devedores duvidosos” nas carteiras desses bancos e com grande alta de despesas também. Sobre isso, as instituições justificaram que tiveram que aumentar substancialmente as suas provisões para devedores duvidosos devido ao cenário macroeconômico desafiador para este ano.

Contribui também para o cenário os discursos de membros do Fed, de que novos aumentos de taxas de juros vêm por aí.

Hoje, saem os resultados do Morgan Stanley antes da abertura dos mercados, enquanto a gigante de veículos elétricos Tesla divulgará após o fechamento.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (18) em alta, com investidores repercutindo as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e de olho no novo arcabouço fiscal brasileiro, entregue no início da noite de ontem (18) ao Congresso Nacional. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,14%, aos 106.163 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, o dia também foi marcado pelos bons resultados da economia chinesa, que cresceu acima do esperado após o fim das restrições impostas pela Covid-19.

Na agenda doméstica, o principal destaque de terça-feira ficou com o envio do arcabouço fiscal ao Congresso Nacional. O texto trouxe mais detalhes sobre os mecanismos de controle das contas públicas no país.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar subiu 0,78% frente ao real, cotado a R$ 4,97.

Europa

As bolsas da Europa operam em baixa, com investidores digerindo dados de inflação da região e sinais mistos de autoridades do Fed sobre a trajetória de aumentos das taxas de juros.

A inflação dos preços ao consumidor no Reino Unido ficou em 10,1% em março, abaixo dos 10,4% em fevereiro, mas acima dos 9,8% previstos por economistas. Além disso, os dados também mostram desaceleração menos do que o esperado dos salários, o que, para economistas, pode complicar a decisão do Banco da Inglaterra de pausar os aumentos de suas taxas de juros.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,35%
DAX (Alemanha), -0,12%
CAC 40 (França), -0,05%
FTSE MIB (Itália), -0,09%
STOXX 600, -0,27%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no negativo nesta manhã, com investidores repercutindo os balanços de bancões nos EUA. Para hoje, o mercado aguarda os balanços do Morgan Stanley e da Tesla.

Ainda ontem, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse à CNBC que vê mais um aumento de taxa de 25 pontos-base na taxa de juros, para 5% a 5,25%. Por sua vez, o presidente da instituição em St. Louis, James Bullard, disse à Reuters que o reajuste por ir para algo entre 5,50% e 5,75% anual.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,33%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,40%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,54%

Ásia

A maioria das bolsas da Ásia fechou no negativo, também repercutindo os dados dos Estados Unidos. O líder das perdas foi o índice Hang Seng, de Hong Kong, puxado para baixo por empresas de tecnologia e imobiliárias.

Shanghai SE (China), -0,68%
Nikkei (Japão), -0,18%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,37%
Kospi (Coreia do Sul), +0,16%
ASX 200 (Austrália), +0,07%

Petróleo

As cotações do petróleo operam com baixa após abertura positiva, à medida que aumentam preocupações de que potenciais aumentos nas taxas de juros dos EUA pudessem prejudicar o crescimento no principal país consumidor de petróleo.

Petróleo WTI, -1,86%, a US$ 79,36 o barril
Petróleo Brent, -1,80%, a US$ 83,24 o barril

Agenda

Nos EUA, o principal destaque da agenda desta quarta-feira (19) é a divulgação do Livro Bege, o sumário das condições econômicas do país.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o texto do arcabouço fiscal entregue ontem pelo governo ao Congresso. Na seara econômica, saem hoje os dados da produção industrial de fevereiro, com o consenso Refinitiv prevendo leve recuo mensal de 0,1% e contração de 1,9%, em base anual.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Monitor do Mercado

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