Os mercados mundiais operam no campo negativo, nesta manhã de quinta-feira (31), dia de agenda cheia de indicadores, dados corporativos e a preocupação dos agentes com as eleições presidenciais dos Estados Unidos, que acontecerá na próxima terça-feira (5).
O último pregão de outubro terá como destaque a publicação do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE), o indicador de inflação preferido do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), usado pela autoridade monetária para balizar a política de juros. A reunião do Fed está marcada para a próxima semana.
No campo corporativo, saem os resultados do terceiro trimestre das gigantes de tecnologia Apple (APPL) e Amazon (AMZN).
Ontem (30), as perdas da Microsoft (MSFT) e da Meta Platforms (META) divulgaram seus resultados, que impactaram negativamente os índices futuros. A Meta caiu 3% no after market após dados abaixo do esperado e o aviso de aumento de gastos em 2025. A Microsoft, por sua vez, decepcionou os investidores com sua previsão de receita, levando suas ações a caírem quase 4%.
Os números das big techs serão fundamentais para determinar se Wall Street conseguirá manter o ímpeto em torno das empresas de tecnologia e inteligência artificial, que elevou os índices americanos a níveis recordes em 2024.
Também foi divulgado ontem nos EUA o segundo relatório de emprego, o ADP, mostrando aumento de criação de vagas. Mas o mais aguardado é o payroll, que sai amanhã (1º), também usado pelo Fed para balizar a política monetária.
Por aqui, a agenda de indicadores também está cheia: Estão previstas a nota à imprensa sobre política fiscal, dívida pública federal de setembro e a Pnad Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que é o destaque do dia.
Na seara corporativa, as atenções seguem nos balanços do Bradesco (BBDC4), Ambev (ABEV3), Carrefour (CFBR3), Marcopolo (POMO4) e Eztec (EZTEC3).
Brasil
O Ibovespa tinha tudo para fechar no azul na quarta-feira (30). Os bancos performaram bem, mas os dois pesos pesados do indicador, Vale e Petrobras, não. O resultado foi que o principal índice da Bolsa brasileira acabou o dia com leve queda de 0,07%, aos 130.639,33 pontos, uma perda curta de apenas 90,60 pontos.
A Vale (VALE3) acabou ficando com menos 0,30%, mesmo com minério de ferro em alta. Petrobras (PETR4) passou o dia no positivo, para virar na reta final e terminar com menos 0,44%, também apesar do petróleo positivo
Mas o mais importante e surpreendente de tudo é a pressão desmesurada que mercado e grande mídia estão fazendo sobre o governo federal para que seja anunciado logo o corte de gastos. No entanto, o assunto é sério e não dá para jogar no tempo que o mercado quer.
O dólar comercial subiu mais um dia, agora 0,04%, cotado a R$ 5,76.
Europa
As bolsas europeias operam com baixa, com os investidores aguardando dados da inflação da zona do euro e de cada país do bloco, além das vendas no varejo alemão.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,50%
DAX (Alemanha): -0,48%
CAC 40 (França): -0,54%
FTSE MIB (Itália): -0,47%
STOXX 600: -0,51%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam no campo negativo, com diversos assuntos no radar dos investidores. Na próxima semana, haverá as eleições presidenciais no país, com o republicano Donald Trump de um lado e a vice-presidente do partido Democrata, Kamala Harris, de outro. Ambos têm propostas econômicas muito distintas, o que divide os agentes do mercado.
Não menos importante, também acontecerá nos dias 6 e 7 de novembro a reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense), que definirá o futuro dos juros. Em setembro, o BC americano cortou os juros em 0,5 ponto percentual, pela primeira vez em mais de quatro anos. A taxa de referência dos Estados Unidos passou a ser de 4,75% a 5%.
Os mercados veem 75% de chance de cortes de 25 pontos-base nas reuniões de novembro e dezembro do Fed, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME. Os traders reduziram as apostas na flexibilização da política do Fed após dados mostrarem que a economia dos EUA se expandiu em um ritmo robusto no terceiro trimestre.
Dow Jones Futuro: -0,51%
S&P 500 Futuro: -0,84%
Nasdaq Futuro: -1,18%
Ásia
As bolsas asiáticas também fecharam em baixa, com exceção de Xangai, na China, enquanto os investidores assimilavam um relatório mostrando que a atividade fabril chinesa se expandiu pela primeira vez desde abril.
No Japão, o banco central (BOJ) manteve sua taxa básica de juros após o aumento das incertezas sobre as perspectivas da economia e a estabilidade do governo após a coalizão governante sofrer seu pior resultado eleitoral desde 2009.
Shanghai SE (China), +0,42%
Nikkei (Japão): -0,50%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,31%
Kospi (Coreia do Sul): -1,45%
ASX 200 (Austrália): -0,25%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem, ampliando os ganhos do dia anterior, impulsionados pelo otimismo sobre a demanda por combustível nos EUA.
Petróleo WTI, -0,19%, a US$ 68,48 o barril
Petróleo Brent, -0,19%, a US$ 72,41 o barril
Agenda
Na agenda estadunidense saem os gastos e rendimentos pessoais, pedidos de auxílio-desemprego e o deflator de inflação PCE.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que o Brasil tem tarefas a cumprir e que fará as reformas que forem necessárias para assegurar a estabilidade macroeconômica e o crescimento da economia a taxas expressivas e com justiça social. “O Brasil vai continuar crescendo. O Brasil não tem razão para não crescer. Temos tarefas a performar, a cumprir, como todo país tem”, disse o ministro durante evento da Nova Indústria Brasil, em, Brasília. “Mas nós estamos atentos aos desafios que estão colocados e temos segurança em dizer que nós vamos endereçar as reformas necessárias para manter a estabilidade macroeconômica do país e o Brasil continuar crescendo a taxas expressivas com justiça social”, garantiu. Na seara de indicadores, saem a nota à imprensa sobre política fiscal, dívida pública federal de setembro e a Pnad Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que é o destaque do dia.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e Bloomberg