Mercados mundiais operam com alta em dia de ‘Super Quarta’; Banco do Japão sobe os juros

No Brasil, além da reunião do Copom do Banco Central, o IBGE divulga a taxa de desemprego medida pela PNAD contínua.
31 de julho de 2024

Os mercados mundiais iniciam a quarta-feira (31) com movimento de alta, com os investidores à espera das decisões sobre os juros no Brasil e nos Estados Unidos. O Banco do Japão (BoJ) elevou hoje sua taxa de juros de referência para cerca de 0,25% de sua faixa anterior de 0% a 0,1% e anunciou detalhes do plano para reduzir seu programa de compra de títulos. A nova taxa é a mais alta desde 2008.

No Brasil e nos Estados Unidos, a expectativa é de manutenção dos juros. No caso brasileiro, a Selic deve ser mantida em 10,50% ao ano, conforme sinalizou o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC na ata da reunião do mês passado.

Nos Estados Unidos, a projeção do mercado também indica manutenção da taxa na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. O que se espera tanto lá quanto cá é a usual coletiva do presidente do banco central estadunidense, Jerome Powell, a qual pode mostrar algum sinal de que os cortes podem estar no horizonte próximo.

Além dessas decisões macro, a temporada de balanços segue a todo vapor. Nos EUA, a Meta Platforms, dona do Facebook, divulgará seus resultados após o fechamento dos mercados, seguindo os resultados fracos da Microsoft na véspera. No after hours, as ações da Microsoft recuaram mais de 2%, já que seus negócios em nuvem decepcionaram Wall Street. Já Advanced Micro Devices (AMD) subiu mais de 7%, uma vez que os resultados do segundo trimestre uperaram as previsões de consenso.

Por aqui, a produção de petróleo e gás natural da Petrobras cresceu 2,4% no segundo trimestre na base anual, para 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (BOE/dia). Quando comparada com o primeiro trimestre de 2024, a produção média caiu 2,8%.

Ainda no Brasil, além da reunião do Copom do Banco Central, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga a taxa de desemprego medida pela PNAD contínua.

Brasil

O mercado não espera grandes surpresas para esta quarta-feira (31), dia de decisões sobre os juros dos bancos centrais brasileiro, estadunidense e japonês. O foco do mercado é o depois. E, à espera do que será comunicado após os anúncios das decisões, o Ibovespa fechou a terça-feira (30) pelo segundo dia consecutivo com baixa, em um sentimento de aversão a risco dos investidores. Desta vez, a queda foi de 0,64%, aos 126.139,21 pontos, uma perda de 814,65 pontos.

A expectativa dos agentes para a Super Quarta é de manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 10,50% ao ano. Nos Estados Unidos, o Fed (Federal Reserve) também não deve surpreender, ou seja, a projeção também é de taxas mantidas na faixa dos 5,25% a 5,50% ao ano. Já o Japão deve elevar os juros.

Aqui, o futuro é ainda meio nebuloso. O Copom (Comitê de Política Monetária) sinalizou em sua última ata que a Selic pode ser mantida em patamares mais elevados diante das pressões externas e internas. Conforme mostrou o último Boletim Focus do Banco Central, os analistas consultados para a publicação após em inflação mais alta este ano, o que joga pressão sobre o Copom.

O dólar comercial fechou próximo da estabilidade, com queda de 0,10%, a R$ 5,62. Já os DIs (juros futuros) foram na contramão de ontem e recuaram por toda a curva.

Europa

As bolsas europeias operam no azul, com investidores digerindo dados de inflação da zona do euro e resultados corporativos, enquanto aguardam decisão de juros nos Estados Unidos.

FTSE 100 (Reino Unido): +1,34%
DAX (Alemanha): +0,31%
CAC 40 (França): +1,10%
FTSE MIB (Itália): +0,04%
STOXX 600: 0,78%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA sobem hoje, com os investidores aguardando a decisão do Fed, dados corporativos e, também, econômicos sobre folhas de pagamento privadas ADP, custos de emprego e vendas pendentes de imóveis devidos durante a manhã.

Dow Jones Futuro: +0,41%
S&P 500 Futuro: +0,97%
Nasdaq Futuro: +1,53%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com ganhos, com investidores digerindo dados de atividade empresarial da China, enquanto o BoJ aumentou as taxas de juros de referência para cerca de 0,25%. A decisão marca a primeira vez desde dezembro de 2008 que a taxa de juros de referência do Japão está acima de 0,1%.

A atividade fabril da China contraiu em um ritmo ligeiramente mais rápido em julho, com o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de manufatura ficando em 49,4, abaixo dos 49,5 em junho.

Shanghai SE (China), +2,06%
Nikkei (Japão): +1,49%
Hang Seng Index (Hong Kong): +2,01%
Kospi (Coreia do Sul): +1,19%
ASX 200 (Austrália): +0,79%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com forte alta, à medida que as tensões geopolíticas aumentaram após Israel retaliar um ataque do Hezbollah.

Petróleo WTI, +2,60%, a US$ 76,67 o barril
Petróleo Brent, +2,35%, a US$ 80,48 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) divulga hoje sua decisão sobre os juros, seguida da fala de Jerome Powell, presidente da autoridade monetária estadunidense. Também são aguardados dados econômicos sobre folhas de pagamento privadas ADP, custos de emprego e vendas pendentes de imóveis devidos durante a manhã.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, uma semana após a confirmação do congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editou ontem (30) o decreto detalhando as áreas do governo em que ocorrerão os bloqueios (R$ 11,17 bilhões) e contingenciamento (R$ 3,84 bilhões) de recursos. O texto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), mostra contenção sobre diversos órgãos do governo federal − além de congelamento sobre recursos destinados a emendas parlamentares de comissão (RP 8) e de bancada (RP 7). A agenda de hoje tem como destaque a decisão sobre juros do Copom e dados da PNAD contínua; consenso LSEG prevê taxa de desemprego em 6,9%.

Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg

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