Os mercados mundiais operam em trajetória positiva, nesta manhã de quinta-feira (4), às vésperas da divulgação do payroll (relatório de emprego) e com os agentes repercutindo as falas do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, na véspera, ocasião em que ele reforçou que os juros só vão cair quando houver confiança suficiente de que a inflação caminha de volta à meta oficial de 2%.
Mesmo que o discurso de Powell tenha sido mais do mesmo, as ações subiram e os rendimentos dos títulos do Tesouro americano se afastaram das máximas de quatro meses, pois Powell reforçou que o banco central norte-americano segue com planos de cortar as taxas de juros este ano.
Contudo, importante ressaltar que Powell foi cauteloso. Disse que os formuladores de políticas monetárias aguardarão sinais mais claros de uma inflação mais baixa antes de cortar as taxas de juros. Segundo ele, os dados recentes de inflação acima do esperado não “mudaram materialmente” o quadro geral.
Isso porque ainda há temores de inflação no ar e eles têm sido alimentados pela força nos preços das commodities, com os futuros do petróleo Brent se aproximando das máximas de cinco meses depois que a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais aliados) manteve o fornecimento de petróleo bruto apertado. O cobre subiu para um pico de 14 meses e o ouro está sendo negociado acima de US$ 2.300 a onça.
Ademais, a economia norte-americana continua bastante aquecida, apesar das taxas de juros estarem no maior patamar em pouco mais de duas décadas.
Como resultado, investidores ajustaram suas expectativas para reduções nas taxas. Os dados de negociação dos Fed funds sugerem agora uma probabilidade de 62,3% de um corte na reunião de junho do BC americano, abaixo dos cerca de 70% da semana passada, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
Por aqui, o discurso de Powell ajudou no câmbio, com o dólar recuando na véspera, frente ao real, em meio a temores de novas intervenções do BC no câmbio, o que foi negado por Roberto Campos Neto, presidente da autoridade monetária brasileira, em evento de que participou ontem (3).
Brasil
O desempenho das commodities e o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, ditaram o humor dos mercados ontem (3).
O Ibovespa encerrou o dia com queda de 0,18%, aos 127.318 pontos, aprofundando as perdas da semana.
Com o preço do minério de ferro despencando na China, a Vale (VALE3) sofreu e caiu 1,44%, após operar com queda acima de 2,1%. A Petrobras (PETR4), por sua vez, também encerrou o dia em queda mesmo com a alta do preço do petróleo no mercado externo.
Nos Estados Unidos, o relatório ADP, de empregos no setor privado, veio acima do esperado e trouxe novas preocupações sobre a trajetória dos juros.
Por sua vez, o dólar também perdeu força e fechou a R$ 5,0405, com baixa de 0,35% no mercado à vista.
Europa
As bolsas europeias operam em trajetória positiva, uma vez que os investidores procuram ganhar impulso após um início instável do novo trimestre de negociações.
Hoje sai a ata da última reunião de política monetária do BCE (Banco Central Europeu).
FTSE 100 (Reino Unido): +0,42%
DAX (Alemanha): +0,06%
CAC 40 (França): +0,12%
FTSE MIB (Itália): 0,00%
STOXX 600: +0,07%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam no terreno positivo após o terceiro dia consecutivo de perdas do Dow Jones. Durante o pregão regular de quarta-feira, o Dow caiu 0,1%, enquanto o S&P 500 e Nasdaq subiram apenas 0,1% e 0,2%, respectivamente.
Dow Jones Futuro: +0,28%
S&P 500 Futuro: +0,32%
Nasdaq Futuro: +0,46%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam com alta, em uma recuperação parcial das perdas de ontem, em meio a esperanças de cortes de juros nos EUA e feriados na China, em Hong Kong e em Taiwan.
Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão): +0,81%
Hang Seng Index (Hong Kong): fechado por feriado
Kospi (Coreia do Sul): +1,29%
ASX 200 (Austrália): +0,45%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com ganhos, devido a preocupações de menor oferta, uma vez que os principais produtores mantiveram cortes na produção e devido a sinais de crescimento econômico mais forte nos EUA, o maior consumidor mundial de petróleo.
Petróleo WTI, -0,40%, a US$ 85,40 o barril
Petróleo Brent, -0,07%, a US$ 89,29 o barril
Agenda
Saem hoje os pedidos de seguro-desemprego semanal nos Estados Unidos, com o consenso LSEG projetando 214 mil solicitações; e a balança comercial de fevereiro, com previsão do consenso de déficit de US$ 67,3 bilhões.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem (3) que o conselho da Petrobras aguarda “informações finais” da diretoria da estatal para decidir sobre como prosseguir com o plano de investimentos e com a distribuição de dividendos extraordinários da companhia. No campo dos indicadores, saem hoje os dados das transações correntes, com o consenso LSEG projetando déficit de US$ 3,55 bilhões; investimento estrangeiro; e balança comercial, com o consenso prevendo superávit de US$ 6,9 bilhões.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg