O ministro Alexandre Silveira, do Ministério de Minas e Energia, enviou, na quarta-feira (30), nova correspondência ao presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, para pedir a suspensão do PDV (Plano de Demissão Voluntária) da companhia, informa a reportagem da Folha de S Paulo. O ministério de Minas e Energia também informou que gostaria de receber a avaliação sobre os impactos da mudança trabalhista nas operações e um detalhamento do programa de investimentos da empresa. O mesmo pedido foi feito em 20 de julho. Na segunda carta, o ministro reforça o pedido anterior.
Silveira apresenta o apagão como nova premissa para justificar a cobrança da pasta e diz que ainda não recebeu retorno para a sua primeira demanda sobre o tema. No texto, Silveira afirma que “o evento originário, chamado de “evento zero”, ocorreu em ativos operados pela Chesf, subsidiária da Eletrobras”. Segundo o ministro, é relevante citar a perturbação ocorrida no Sistema Interligado Nacional, no dia 15 de agosto de 2023, que retirou aproximadamente 1/3 da demanda de energia elétrica que estava sendo suprida no momento.
Ministério de Minas e Energia está preocupado com o desligamento de 1.500 trabalhadores da Eletrobras
O primeiro documento do Ministério de Minas e Energia, assinado pelo secretário Efraim da Cruz, foi enviado ao então presidente Wilson Ferreira Júnior, que deixou a companhia em 14 de agosto. A pasta se declara preocupada com o desligamento de 1.500 trabalhadores no segundo PDV desde a capitalização, argumentando que ele pode comprometer a qualidade dos serviços prestados à população. O primeiro PDV, em 2022, contou com adesão de 2.462
Fazem parte de conteúdo da carta os seguintes trechos, publicados pela reportagem da Folha de S Paulo:
“Faço referência ao ofício de 20 de julho de 2023, em que este Ministério de Minas e Energia requereu à Eletrobras que, respeitadas as regras de governança, a natureza jurídica da empresa e os normativos afetos à divulgação de fato relevante, avaliasse a possibilidade de suspender o PDV até que o MME pudesse examinar o plano de ação para a prestação do serviço adequado e o plano de investimentos para os próximos anos, considerando a ausência da força de trabalho que pode ser desligada”, diz o texto.
“Reitero que, sendo a União a maior acionista da empresa e o MME responsável por zelar pelo equilíbrio entre a oferta e demanda de energia elétrica no país é legítimo, racional e importante que esta Pasta tenha acesso à tais informações”, afirma o ministro.
A reportagem da Folha de S Paulo informa que a Eletrobras explicou que ainda estava redigindo a resposta e que ela seria enviada em algum momento. Em relação à nova correspondência, não se manifestou à reportagem até a publicação deste texto.
Redação ICL Economia
Com informações do jornal Folha de S Paulo