Durante reunião do grupo de trabalho de Minas e Energia do governo de transição com o ministro da área, Adolfo Sachsida, a equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pediu a suspensão de decisões “estruturantes” e “estratégicas” da Petrobras, entre elas a venda de ativos. Como a Petrobras está no âmbito do Ministério de Minas e Energia, o grupo de trabalho pediu à pasta a suspensão dos processos de venda, acelerados no final do governo Bolsonaro, já em curso. Outra intenção do novo governo é reduzir a atual distribuição de dividendos da Petrobras para que a estatal possa investir na transição energética e se tornar líder mundial em energia limpa.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN), integrante do grupo de Minas e Energia, cotado para assumir a Petrobras, disse que Sachsida já se comprometeu a não tomar decisões estratégicas com relação ao próprio ministério. Mas o governo de transição quer que isso seja estendido à Petrobras.
Sachsida lembrou que a Petrobras tem processos próprios. Após reunião, o ministro disse nas redes sociais que não interfere em pessoas jurídicas de direito privado.
Grupo de Minas e Energia enviará pedido à Petrobras para que suspenda a venda de ativos
O senador Jean Paul Prates (PT-RN), integrante do grupo de Minas e Energia da transição governamental, afirmou na terça-feira (22) que será enviado à Petrobras um pedido para que a estatal suspenda a venda de ativos, como refinarias, até a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República.
Entre os processos de venda de ativos que o grupo quer paralisar, está o da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil.
O processo de venda da TGB (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil) pela Petrobras está parado desde do início deste ano, embora seja uma das prioridades da companhia. Outro processo citado por Prates é a venda das sedes de Natal e Mossoró, ainda em fase inicial.
Sobre refinarias, o senador ponderou que não há como paralisar aquelas que estão com processos mais avançados de venda, mas defendeu que haja a suspensão para outras que não começaram ou que começaram recentemente.
A Petrobras começou a vender ativos que não considera mais estratégicos a partir da gestão de Pedro Parente, ainda no governo Temer. Tanto o grupo de trabalho de Minas e Energia quanto o presidente Lula se manifestaram, várias vezes, contra a venda de ativos dessa forma que está sendo feita.
Outro ponto de questionamento são os preços da Petrobras. Lula é um crítico da política da estatal que vincula o mercado interno aos valores do dólar e do barril de petróleo. O senador sinalizou que o novo governo quer mudar o Preço de Paridade Internacional (PPI), a política de preços adotada pela Petrobras desde a gestão Parente. Nessa política, o preço dos combustíveis na refinaria é reajustado conforme a cotação do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
O novo governo pretende discutir uma política de preços para o Brasil, não apenas para a estatal, mas que isso só será feito após a posse e a definição de um ministro.
Ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e atualmente professor titular da Coppe/UFRJ, Maurício Tolmasquim, que preside o comitê na transição, disse que o trabalho será de apresentar um diagnóstico do MME, e não de montar um programa de governo.
Redação ICL Economia
Com informações do G1