Grupo de trabalho de Minas e Energia pede que Petrobras suspenda decisões ‘estratégicas’, como venda de ativos

Grupo de trabalho de Minas e Energia pede a suspensão desses processos de venda de ativos da Petrobras, que estão em curso, acelerados no final do governo Bolsonaro
23 de novembro de 2022

Durante reunião do grupo de trabalho de Minas e Energia do governo de transição com o ministro da área, Adolfo Sachsida, a equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pediu a suspensão de decisões “estruturantes” e “estratégicas” da Petrobras, entre elas a venda de ativos. Como a Petrobras está no âmbito do Ministério de Minas e Energia, o grupo de trabalho pediu à pasta a suspensão dos processos de venda, acelerados no final do governo Bolsonaro, já em curso.  Outra intenção do novo governo é reduzir a atual distribuição de dividendos da Petrobras para que a estatal possa investir na transição energética e se tornar líder mundial em energia limpa.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), integrante do grupo de Minas e Energia, cotado para assumir a Petrobras, disse que Sachsida já se comprometeu a não tomar decisões estratégicas com relação ao próprio ministério. Mas o governo de transição quer que isso seja estendido à Petrobras. 

Sachsida lembrou que a Petrobras tem processos próprios. Após reunião, o ministro disse nas redes sociais que não interfere em pessoas jurídicas de direito privado.

Grupo de Minas e Energia enviará pedido à Petrobras para que suspenda a venda de ativos

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), integrante do grupo de Minas e Energia da transição governamental, afirmou na terça-feira (22) que será enviado à Petrobras um pedido para que a estatal suspenda a venda de ativos, como refinarias, até a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República.

Entre os processos de venda de ativos que o grupo quer paralisar, está o da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil.

O processo de venda da TGB (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil) pela Petrobras está parado desde do início deste ano, embora seja uma das prioridades da companhia. Outro processo citado por Prates é a venda das sedes de Natal e Mossoró, ainda em fase inicial.

Sobre refinarias, o senador ponderou que não há como paralisar aquelas que estão com processos mais avançados de venda, mas defendeu que haja a suspensão para outras que não começaram ou que começaram recentemente.

A Petrobras começou a vender ativos que não considera mais estratégicos a partir da gestão de Pedro Parente, ainda no governo Temer. Tanto o grupo de trabalho de Minas e Energia quanto o presidente Lula se manifestaram, várias vezes, contra a venda de ativos dessa forma que está sendo feita. 

Outro ponto de questionamento são os preços da Petrobras. Lula é um crítico da política da estatal que vincula o mercado interno aos valores do dólar e do barril de petróleo. O senador sinalizou que o novo governo quer mudar o Preço de Paridade Internacional (PPI), a política de preços adotada pela Petrobras desde a gestão Parente. Nessa política, o preço dos combustíveis na refinaria é reajustado conforme a cotação do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional.

O novo governo pretende discutir uma política de preços para o Brasil, não apenas para a estatal, mas que isso só será feito após a posse e a definição de um ministro.

Ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e atualmente professor titular da Coppe/UFRJ, Maurício Tolmasquim, que preside o comitê na transição, disse que o trabalho será de apresentar um diagnóstico do MME, e não de montar um programa de governo.

Redação ICL Economia
Com informações do G1

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