Ministro da Educação, Camilo Santana, promete reajustar bolsas de pesquisa ainda em janeiro. Aumento pode chegar a 40%

Anúncio foi feito pelo ministro da Educação em reunião com reitores de universidades federais e dos institutos federais de ensino, no Palácio do Planalto.
20 de janeiro de 2023

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou ontem (19) que o governo federal deve anunciar, ainda em janeiro, reajuste nos valores das bolsas da Capes e do CNPq. O anúncio do reajuste das bolsas foi feito em reunião com reitores de universidades federais e dos institutos federais de ensino, no Palácio do Planalto. “A ideia é que, até o fim deste mês, o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] possa anunciar o reajuste das bolsas, tanto da Capes como do CNPq”, declarou. Os novos valores para a educação devem ter validade imediata a partir do anúncio. O índice do reajuste, no entanto, não foi divulgado.

Nesta sexta-feira (20), o presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Ricardo Galvão, confirmou o reajuste em entrevista ao UOL News, mas que isso ainda depende da Casa Civil. “Não reduzimos, mas temos três cenários possíveis. Na nossa proposta (de valores) não tem nenhuma abaixo de 40%, mas é possível que a Casa Civil, vendo todo o cenário de recursos necessários, tenha que abaixar um pouco”, disse Galvão.

O presidente do CNPq também afirmou ter feito reuniões com a presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Mercedes Bustamante, para compatibilizar os reajustes das bolsas concedidas pelos dois organismos. “Esse valor de 40% foi proposto na equipe de transição, não é o valor aprovado pelo governo. O presidente Lula em todos seus discursos tem dado como certo essa reestruturação dos valores das bolsas”, complementou Galvão.

Em dezembro, após bloqueios de recursos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as universidades federais estavam sem recursos para pagar as bolsas e até mesmo serviços de restaurante, manutenção e até limpeza.

Ministro da Educação cita como desafios da pasta a ampliação da oferta de vagas e combate à evasão escolar

Camilo Santana, ministro da educação, ministério da educação

Crédito: Agência Brasil / Marcelo Camargo

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que a pasta voltará a dialogar com todos os atores do setor e vai retomar a valorização e respeito pelo ensino superior no país. Entre os desafios na educação, ele citou a ampliação da oferta de vagas, o combate à evasão escolar, a retomada de obras paradas e o reajuste de bolsas.

Acompanharam o presidente Lula na reunião com os representantes das instituições federais, além de Santana; os ministros da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos; da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo; e da Casa Civil, Rui Costa, além de encarregados de órgãos como a Capes e o CNPq.

Durante os dois primeiros mandatos de Lula, as bolsas de pesquisa receberam três reajustes. Em 2003, quando o petista entrou na Presidência, a bolsa de mestrado era de R$ 724 e de doutorado, R$ 1.073. Em 2010, no último ano do governo, os valores saltaram para R$ 1,2 mil e R$ 1,8 mil, respectivamente.

O último reajuste aconteceu durante o governo de Dilma Rousseff, ou seja, há cerca de 10 anos, quando as bolsas de mestrado passaram para R$ 1,5 mil e de doutorado, R$ 2,2 mil, valores que permanecem até hoje.

Segundo a ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos), o valor das bolsas de estudo teve perda de 75% no poder de compra em comparação ao valor de 2013, quando houve o último reajuste.

Para a associação, os auxílios com valores atualizados deveriam estar em R$ 2.600 (mestrado) e R$ 3.800 (doutorado). A associação tem defendido um reajuste de 40% para as bolsas.

No encontro com os reitores, Lula afirmou que era o “encontro da civilização”. “Estamos começando um novo momento, sei do obscurantismo que se viveu nos últimos 4 anos, e eu quero dizer que estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo”, disse, na abertura do encontro, no Palácio do Planalto.

Segundo Lula, o governo buscará oferecer uma educação de qualidade, alinhada ao “novo mundo do trabalho” e às necessidades da sociedade. “As universidades têm que participar junto com empresários, sindicatos, governo, para gente desvendar o que vai fazer para colocar as pessoas no mercado de trabalho”, conclamou, citando a falta de qualificação de trabalhadores para ocupar funções que exigem conhecimento em tecnologia.

Da Redação do ICL Economia
Com informações da Agência Brasil 

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