O ministro do Trabalho e Previdência, Luiz Marinho, disse nesta segunda (6) que a retomada de 14 mil obras públicas, que estão paradas, vai impulsionar a geração de trabalho e renda no país. Segundo ele, novas políticas e propostas na área já começaram a ser delineadas para serem apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva até maio.
Na avaliação do ministro, a extinção do Ministério do Trabalho, no governo anterior, foi desastrosa. De acordo com ele, tudo vai ser feito para proteger o trabalho e para que a economia cresça e possa gerar os empregos que o país precisa.
Questionado sobre o percentual de crescimento de vagas no mercado de trabalho, o ministro do Trabalho disse que “é cedo” para fazer tal projeção, “mas eu acredito que a gente vai gerar mais emprego que no ano passado”.
Manter empregos nas Americanas é prioridade, diz ministro do Trabalho
O caso das Lojas Americanas foi tema de entrevista do Valor Econômico com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. A dívida de rede varejista cresceu no final da última semana. Anunciada em R$ 41,2 bilhões, os administradores judiciais atualizaram o valor para R$ 47,9 bilhões.
Segundo Marinho, o Ministério do Trabalho está em contato com Ministério Público do Trabalho e espera um diagnóstico mais preciso do que aconteceu. Para ele, “há um cheiro grande de fraude” e estende a preocupação para as outras empresas do trio formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, os três maiores acionistas da companhia.
O trio, antes aclamado como exemplo de gestão pelos capitalistas nacionais, controla, além das Lojas Americanas, a 3G capital, administradora da AB Inbev, Kraft Heinz e o Burger King.
Para o ministro, é necessário que seja observado se não houve cumplicidade para o rombo financeiro com empresas de auditoria, pois a Price (PwC) havia recomendado as ações da Americanas entre as mais seguras.
Questionado sobre o que o ministério pode fazer de concreto sobre o caso, Marinho afirmou que não é desejo de ninguém a falência de uma empresa desse porte, sendo necessário todo o cuidado para não fragilizar ainda mais a companhia e piorar a situação. A possibilidade observada é a continuidade da recuperação judicial.
Mas, conforme coloca o ministro, a situação deve ser olhada pelo todo de investimentos do trio (Lemann, Telles e Sicupira), sendo que a Americanas é apenas uma das frentes de atuação entre os sócios.
Caso a empresa apresente consistência para ser salva, será formado um grupo de trabalho para permitir que os empregos sejam mantidos, disse Marinho.
Na entrevista, o ministro também pontuou que uma das prioridades do governo, ainda neste primeiro semestre, é definir uma legislação que atenda e proteja os trabalhadores de aplicativo e a continuidade das discussões sobre a ampliação do salário-mínimo, assim como atualizações sobre legislação trabalhista e sindical.
Quanto a uma possível resistência das empresas de aplicativo quanto à regulação sobre os trabalhadores, Marinho indicou que as companhias estão dispostas a conversar. Além disso, acredita que seja possível criar alternativas aos apps já consagrados, como forma de proteger e remunerar melhor os trabalhadores – no mesmo sentido em que o cooperativismo atua.
Redação ICL Economia
Com informações do G1, do Valor e do portal Vermelho