O governo federal vai liberar uma linha de crédito de R$ 15 bilhões para atender as grandes empresas do Rio Grande do Sul. A informação foi dada ontem (27) pelo vice-presidente e ministro do MDIC (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Geraldo Alckmin, que esteve em Caxias do Sul (RS).
Os recursos, segundo Alckmin, serão liberados via programa do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e a lista de empresas beneficiadas serão definidas em reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O anúncio é previsto para acontecer nesta terça-feira (28).
Alckmin disse que o governo prepara uma MP (Medida Provisória) e os valores serão administrados pelo BNDES.
“Está praticamente elaborada a Medida Provisória que vai definir a questão do crédito às grandes empresas. Tenho certeza que vai surpreender positivamente”, disse Alckmin.
Na ocasião, o vice-presidente ainda lembrou que o governo já liberou crédito com juros real zero para o setor produtivo gaúcho, por meio dos programas nacionais de Apoio a Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Alckmin anunciou ainda que o BNDES vai estruturar, em Porto Alegre, uma unidade avançada para atender os setores empresariais. O escritório ficará baseado no prédio do Conselho Regional de Contabilidade.
“Nós tivemos uma destruição grande no Rio Grande do Sul, mas não será maior do que a reconstrução”, afirmou o vice-presidente
O vice-presidente garantiu ainda a recuperação das rodovias afetadas pela tragédia. Alckmin destacou ainda que os acessos rodoviários pelas BRs 116 e 470 receberão recursos para serem reconstruídas “o mais rápido possível”.
Varejo do Rio Grande do Sul calcula prejuízo de cerca de R$ 10 bilhões
A Federação Varejista do Rio Grande do Sul estima que os prejuízos do setor estão em torno de R$ 10 bilhões até o momento. O valor leva em conta as perdas de materiais e estoques com as fortes cheias que assolam o estado há cerca de um mês.
A entidade estima ainda que a volta à normalidade do setor só aconteça apenas no fim do ano, e que o funcionamento do comércio deve começar do interior para a capital. Diante da situação atual, as lojas devem levar ao menos um mês para operar novamente.
“A capital será o último lugar que vai ter sua reconstrução, porque a grande maioria das estradas comprometidas vêm do interior até a capital. Para o varejo voltar a girar, a gente pode contar entre 30 e 45 dias. Isso vai acontecer no mesmo tempo em todas as regiões, porque o interior tem um giro de capital muito menor”, disse Ivonei Pioner, presidente da Federação Varejista do RS.
Dados da Abrasel (Associação de Bares e Restaurantes) calcula que um terço dos bares e restaurantes ainda não reabriu devido à tragédia climática que assola o estado.
De acordo com a entidade, 65% dos estabelecimentos gaúchos conseguiram retomar suas atividades. Ainda assim, mais da metade dos locais (55%) enfrenta problemas com fornecimento de água e 33% não têm energia elétrica.
Outro problema apontado é o abastecimento dos produtos. Esse aspecto é problema para 99% dos estabelecimentos.
Com as vias ainda interditadas, os bares e restaurantes relatam problemas para obter alimentos e bebidas que permitam o retorno das operações.
Para 66%, há prática abusiva nos preços praticados pelos fornecedores após a tragédia. A expectativa da Abrasel é de que o setor leve ao menos dois anos para voltar à normalidade no estado.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do UOL