Um total de 90% das profissões perdeu poder de compra entre março de 2021 e março de 2022, devido à alta da inflação. Nesse mesmo período, a inflação oficial, calculada no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 11,7%.
A constatação é do estudo feito pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). A pesquisa levou em consideração 140 profissões, ou 72% das pessoas no mercado de trabalho.
O cálculo comparou o salário médio nominal de admissão, que cresceu 3,6% entre março de 2021 e março de 2022, em relação à inflação do período, de 11,7%. Isso resultou em uma perda de 8,1% no poder de compra.
A profissão mais afetada pela inflação foi a de faxineiro, com perda de 16% no poder de compra do salário. Motoristas de ônibus vêm na segunda posição, com 3,9% de perda.
O estudo conclui que apenas uma em cada dez profissões conseguiu aumentar seu poder de compra, com ganho além da inflação. Médico clínico foi a profissão que mais teve o salário valorizado, com pouco mais de 16%, impulsionado pela demanda da pandemia.
O controlador de entrada e saída de suprimentos e de máquinas está na segunda posição entre as mais valorizadas, com 12,5%, seguidos por profissionais do estoque (9,45), professor de nível superior na educação infantil (6,1%) e programador de sistemas de informação (4,3%).
Queda no rendimento médio afeta poder de compra
O rendimento médio real de todos os trabalhos recebido mensalmente pelos brasileiros com mais de 14 anos desabou quase 10% para os profissionais das regiões Sul (-9,47%) e Sudeste (-9,96%) no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021. Foram as regiões do país que apresentaram maiores quedas nos salários
No intervalo de um ano, os salários médios recebidos no Sudeste recuaram de R$ 3.193 para R$ 2.875, enquanto a oferta aos profissionais da região Sul caiu de R$ 3.147 para R$ 2.849. Os dados são da pesquisa PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As remunerações médias dos trabalhadores das regiões Nordeste (-7,5%, de R$ 1.860 para R$ 1.720), Centro-Oeste (-4,8%, de R$ 3.039 para R$ 2.894) e Norte (-4,15%, de R$ 2.071 para R$ 1.985) diminuíram em menor intensidade entre os trimestres. Em todo o Brasil, a renda média de R$ 2.548 é 8,6% menor do que a ofertada há um ano, de R$ 2.789.
No intervalo de sete anos, o rendimento médio real dos trabalhadores brasileiros é 6,5% inferior aos R$ 2.726 ofertados nos primeiros três meses de 2015. Nesse intervalo de comparação, as regiões Nordeste e Sudeste lideram as perdas, com quedas de 8,3% e 7,8%, respectivamente. Na sequência, com quedas abaixo da média nacional, aparecem o Norte (-5,9%), o Sul (-5,5%) e o Centro-Oeste (-5,4%).
Redação ICL Economia
Com informações do UOL e das agências de notícias