O Nubank anunciou ontem (19) que vai aderir ao Desenrola Brasil, programa do governo federal voltado para a renegociação de dívidas em atraso. O banco digital C6 também informou ontem que aderiu ao programa e que os clientes já podem pedir a renegociação pelos seus canais de atendimento.
“Após concluir a análise técnica dos requisitos já disponíveis do Desenrola, o Nubank confirma que participará do programa. A instituição dará baixa na negativação das pessoas com dívidas de até R$ 100 e compartilhará mais detalhes de sua adesão conforme avançar no processo”, informou a fintech em comunicado.
Os cinco grandes bancos – Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômico Federal – já haviam anunciado nos últimos dias a adesão ao programa. Além desses, Banrisul, Daycoval, Inter, PagBank e Pan também já haviam confirmado participação na iniciativa federal, para limpar os nomes dos brasileiros e brasileiras com nomes negativados por dívidas bancárias adquiridas entre 2019 e 31 de dezembro de 2022.
Na última segunda-feira (17), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia dito que o número de brasileiros com dívidas de até R$ 100 que podem ficar com os nomes limpos poderia subir de 1,5 milhão a 2,5 milhões se o banco digital aderisse ao programa.
“Tem um banco só que estava em dúvida se aderia ou não, porque viu pouca vantagem no crédito presumido, e tem 1 milhão de CPFs negativados”, disse o ministro em referência ao Nubank. “Se aderirem todos os grandes bancos, são 2,5 milhões de CPFs [desnegativados].”
O cliente que deve até R$ 100 terá o nome retirado da lista de inadimplentes assim que aderir ao Desenrola, caso não tenha dívidas de outras origens como luz, água e lojas. No entanto, o débito não é perdoado.
Além desses, devedores inclusos na faixa 2 do programa, com renda entre R$ 2.640 (dois salários mínimos) e R$ 20 mil por mês, também poderiam negociar dívidas bancárias adquiridas naquele período com descontos.
Desde que teve início o programa, os descontos oferecidos pelas instituições financeiras chega a 96% para quem quitar o débito à vista.
O Nubank disse que “informará, oportunamente, as condições e critérios para renegociações no âmbito do programa, assim como os canais de atendimento que serão disponibilizados”.
Com a desnegativação, o governo quer permitir que essas pessoas possam voltar ao mercado de consumo, contribuindo para fazer a roda da economia girar.
Caixa Econômica Federal já limpou 225 mil nomes com dívidas de até R$ 100 na primeira fase do Desenrola
A Caixa Econômica Federal já limpou o nome de 225 mil pessoas com dívidas de até R$ 100 na primeira fase do Desenrola Brasil. Agora, o banco público prepara um mutirão de atendimento à população para renegociação de débitos nesta sexta-feira (21).
“A Caixa quer potencializar a renegociação de dívidas. A ação vai ao encontro à linha dada pela Fazenda da importância de desnegativar a população brasileira para que as pessoas possam voltar a ter crédito e possam voltar a consumir”, afirmou a presidente do banco, Maria Rita Serrano, segundo a Folha de S.Paulo.
Devido à alta demanda para renegociações, a Caixa anunciou que abrirá suas agências com uma hora de antecedência nesta sexta-feira. Segundo o banco público, a procura por negociação de dívidas dobrou em seus canais no período de dois dias.
Para as dívidas ao público da faixa 2 (quem ganha até R$ 20 mil), o prazo mínimo para pagamento na renegociação é de 12 meses. Prazo máximo para pagar a dívida e a taxa de juros serão negociadas diretamente com a instituição pelo cliente.
Cliente pode fazer portabilidade de dívida se banco não aderiu ao Desenrola
Caso a instituição financeira não participe do programa, o correntista pode fazer a portabilidade da dívida para outro banco, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Também está previsto, para setembro, o lançamento da faixa 1, que vai englobar dívidas bancárias e não bancárias de até R$ 5.000 de famílias com renda de até dois salários mínimos (R$ 2.640), e também aquelas cadastradas no CadÚnico (Cadastro Único).
A expectativa do governo é que 30 milhões de pessoas sejam beneficiadas e que R$ 50 bilhões possam ser renegociados.
Na avaliação de especialistas, o Desenrola Brasil deve favorecer um aumento na concessão dos empréstimos pelos bancos, e, ao mesmo tempo, reduzir o nível de inadimplência nas carteiras.
Para cada R$ 1 de renegociação que o banco concede, ele pode apurar R$1 de crédito presumido. Isso libera espaço para que a instituição faça novas operações de crédito.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da Folha de S.Paulo