Uma pane generalizada sem precedentes em um sistema da provedora de segurança cibernética CrowdStrike afetou, na madrugada e início da manhã desta sexta-feira (19), sistemas de diversos aeroportos, bancos e redes de telecomunicações no mundo, provocando cancelamento de voos e tirando canais de notícias do ar.
George Kurtz, presidente da CrowdStrike, afirmou que o problema foi causado por um “defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts Windows”, em postagem em seu perfil oficial na rede X (antigo Twitter).
No Brasil, informações do site DownDetector reportava, pouco antes das 8h, falhas nos sistemas dos bancos Bradesco, Banco do Brasil, Neon, Next e Banco Pan. Registros também de problemas de acesso a serviços da Microsoft, como a suíte de escritório Office 365.
O produto de monitoramento de ameaças da CrowdsStrike estava causando o travamento do sistema operacional Windows, da Microsoft. “Estamos cientes de um problema que afeta os dispositivos Windows devido a uma atualização de uma plataforma de software de terceiros”, disse a Microsoft em um comunicado. “Prevemos que uma solução será iminente.”
Um dos principais produtos da empresa é o CrowdStrike Falcon, uma plataforma “que fornece indicadores de ataque em tempo real, detecção hiperprecisa e proteção automatizada” contra possíveis ameaças à segurança cibernética, conforme informações no site da empresa.
Fundada em 2011, a CrowdStrike vende o Falcon para grandes corporações e clientes governamentais, incluindo grandes bancos globais, empresas de saúde e energia, de acordo com a empresa.
Efeitos do apagão nos sistemas globais pelo mundo
O apagão foi registrado inicialmente em países da Europa, Ásia, África e Oceania, e logo se espalhou também para os Estados Unidos.
As ações da CrowdStrike chegaram a desabar 20% nas negociações de pré-mercado na manhã desta sexta-feira. Os papéis da Microsoft caíram 2,5%.
Aeroportos e companhias aéreas estão emitindo avisos em massa de atraso aos passageiros. No Reino Unido, o aeroporto de Gatwick confirmou que está enfrentando problemas desde cedo, afetando os sistemas de check-in, bagagem e segurança de algumas companhias aéreas.
Na Austrália, a companhia aérea Qantas informou que seus voos ainda estão operando com alguns atrasos. A Air New Zealand também relatou um alto volume de chamadas de clientes.
O canal Sky News chegou a ficar fora do ar por dificuldades em fazer transmissões ao vivo. Além disso, sistemas de computadores do serviço público de saúde caíram.
Na África do Sul, o Capitec Bank, um dos maiores bancos do país, chegou a enfrentar problemas e paralisou todos os serviços a clientes. Contudo, os sistemas já foram restabelecidos.
Nos Países Baixos, o braço holandês da Air France-KLM suspendeu a maior parte de suas operações. O aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, foi afetado pela falha nos sistemas da Microsoft, interrompendo voos de chegada e partida.
Na Alemanha, o aeroporto de Berlim interrompeu temporariamente todos os voos devido a uma falha técnica, segundo informações da Reuters.
Em Paris, França, os centros de credenciamento de imprensa, que já estão abertos para os Jogos Olímpicos que começam na próxima semana, também foram atingidos pelo apagão, segundo informações da Reuters.
Na Espanha, a administradora aeroportuária Aena relatou “incidentes em computadores” afetando todos os aeroportos do país.
Nos Estados Unidos, as principais companhias aéreas americanas, American Airlines, United e Delta, interromperam todos os voos. Já a menor JetBlue, que opera principalmente dentro do país, segue operando normalmente.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da CNN