O estudo sobre o novo modelo da política de dividendos da Petrobras será concluído neste mês. No comando da estatal brasileira, Jean Paul Prates anunciou que a companhia teria nova diretriz para a definição dos preços e um novo regime para a divisão do lucro com investidores. O objetivo da medida é liberar espaço para que a petroleira volte a investir. Para isso, foi criado um grupo de trabalho com 11 pessoas, que inclui representantes das áreas financeira, jurídica, tributária e de governança para rever o modelo.
Segundo informações divulgadas pelo diretor da área financeira da Petrobras, Sergio Caetano Leite, em reportagem do jornal O Globo, o novo modelo já deve ser adotado para o pagamento de dividendos referentes ao segundo trimestre. A periodicidade trimestral de pagamento deve ser mantida, mas ainda será alvo de análise pelo conselho da companhia.
O novo formato da política de dividendos será alinhado ao que é praticado por outras petroleiras, de acordo com a reportagem.
Foi analisada a relação dívida/ebitda (lucro antes de juros, impostos e amortização), reserva provada e rentabilidade, e os dados foram comparados entre todas as empresas.
Política de dividendos de algumas empresas distribuem, em geral, de 20% a 30% do lucro líquido aos acionistas
Especialistas consultados pela reportagem de O Globo disseram que a política de dividendos de outras petroleiras preveem a distribuição, em geral, de 20% a 30% do lucro líquido via dividendos. Algumas empresas preferem dar retorno aos acionistas com recompra de ações. A iniciativa costuma aumentar o valor das ações remanescentes e elevar os lucros por ação.
Em maio último, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de R$ 24,7 bilhões em dividendos referentes ao primeiro trimestre.
Em 2022, a petroleira foi apontada como a segunda maior pagadora de dividendos do mundo, de acordo com o índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson. A empresa distribuiu US$ 21,7 bilhões.
Essa política, que ajudou a atrair investidores no passado, é alvo de críticas da atual gestão, que avalia ser necessário ampliar investimentos não só no pré-sal como em outras áreas, incluindo energias renováveis.
Estatal anuncia redução do preço do gás natural a partir de agosto para distribuidoras
Ontem (19), a Petrobras anunciou que vai reduzir, a partir de agosto, o preço do gás natural para as distribuidoras. De acordo com a estatal, haverá queda média de 7,1% no valor por metro cúbico na comparação com o trimestre entre maio e julho. Com isso, o preço do gás natural vendido pela estatal acumulará redução de aproximadamente 25% no ano.
A queda refere-se ao gás encanado usado em residências, indústria e comércio, além do utilizado por automóveis (GNV). Não faz parte da redução o gás de botijão (GLP).
Os contratos com as distribuidoras preveem atualizações trimestrais da parcela do preço relacionada à molécula do gás de acordo com a variação do preço do petróleo e do câmbio. Para o trimestre em referência, entre agosto e outubro, o barril teve queda de 3,8%, enquanto o câmbio teve apreciação de 4,8%.
Em nota, a Petrobras disse que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelo portfólio de suprimento de cada distribuidora, assim como por suas margens e pelos tributos federais e estaduais.
No início deste mês, a petroleira brasileira baixou o preço da gasolina para as refinarias, quando o preço do litro caiu de R$ 2,66 para R$ 2,52. No ano, a gasolina acumula queda de 18,2% nas refinarias. No caso do diesel, a redução chega a 32,7% desde janeiro.
Redação ICL Economia
Com informações do jornal O Globo e das agências de notícias