Petrobras apresenta sua nova política de distribuição de dividendos

Redução no valor da distribuição de dividendos da Petrobras foi recebida de forma positiva tanto pelo mercado quanto pelos petroleiros
1 de agosto de 2023

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram forte na segunda-feira (31) após a companhia apresentar sua nova política de distribuição de dividendos. A estatal vai reduzir a distribuição de dividendos trimestrais para, pelo menos, 45% de seu fluxo de caixa livre. Percentual será abaixo dos atuais 60%. O fluxo de caixa livre é a diferença entre o caixa gerado nas operações descontado dos investimentos realizados no período.

O mercado já esperava uma redução no valor a ser distribuído aos acionistas. As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) fecharam com alta de 5,26%, para R$ 34,81, enquanto as preferenciais (PETR4) avançaram 4,54%, para R$ 31,11. Na ocasião, a Petrobras divulgou seus números do segundo trimestre, após o fechamento do mercado.

Desde a mudança de governo, a Petrobras tem anunciado que seriam feitas mudanças nas novas regras de pagamento de proventos aos acionistas da empresa. A notícia da redução no valor do dividendo a ser distribuído aos acionistas foi recebida de forma positiva pelo fato de haver poucas mudanças nas regras.

Em 2022, a petroleira foi apontada como a segunda maior pagadora de dividendos do mundo, de acordo com o índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson. A empresa distribuiu US$ 21,7 bilhões.

FUP comemora nova política de distribuição de dividendos: ‘Estancando a sangria’

Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a mudança “vai na direção da reconstrução e fortalecimento da maior empresa do país”. Além disso, os petroleiros também destacam que a mudança era uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Aos poucos vêm sendo desmontadas as armadilhas que aprisionaram e desnutriram a Petrobras em favor da transferência de riqueza para acionistas minoritários e em detrimento dos investimentos da empresa”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

As circunstâncias em que a estatal distribuirá dividendos também mudaram. O Conselho de Administração estabeleceu a remuneração mínima de US$ 4 bilhões por ano para exercícios em que o preço médio do barril de petróleo tipo Brent for superior a US$ 40 por barril.

A distribuição de 45% do fluxo de caixa livre só será aplicada quando a dívida bruta da Petrobras for igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no Plano Estratégico 2024–2028 e quando a companhia obtiver lucro em um trimestre. Os dividendos serão, portanto, pagos a cada três meses. A nova política já será aplicada ao resultado do segundo trimestre de 2023, que será divulgado na próxima quinta-feira (3).

Petrobras: Política de preços e investimentos

De acordo com a FUP, a mudança na política de dividendos se soma ao novo mecanismo de comercialização de combustíveis implementado a partir de maio pela nova gestão da estatal, que pôs fim à equivocada política de preço de paridade de importação (PPI), adotada pelo governo Temer e mantida por Bolsonaro, e passou a adotar parcela de custos em real na composição dos preços dos derivados.

“Está sendo estancada a sangria da empresa que, em 2022, distribuiu o recorde de R$ 215,8 bilhões em remuneração aos acionistas, turbinada pelos fortes lucros decorrentes da alta dos preços, reajustados pelo PPI. O que esperamos agora, para breve, são mudanças também no plano estratégico da Petrobras, projetando a empresa para o futuro, com investimentos de longo prazo”, ressaltou Bacelar.

Redação ICL Economia
Com informações do site UOL, da Rede Brasil Atual e da Agência Brasil

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