A Petrobras anunciou, nesta terça-feira (16), redução de 21,3% nos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha (GLP). A partir de amanhã (17), a estatal reduzirá em R$ 0,44 o preço médio do litro do diesel A para as distribuidoras – de R$ 3,46 para R$ 3,02 o litro. Para a gasolina A, também haverá redução em R$ 0,40 por litro do preço médio de venda para as distribuidoras, redução de 12,6%. O preço do botijão de 13 quilos – demandado principalmente pela população de baixa renda – também cai, em R$ 8,97.
Com essa redução, segundo a Petrobras, o preço do gás de cozinha para o consumidor final pode ficar abaixo dos R$ 100. Hoje, a média de venda é de R$ 108. O valor praticado, no entanto, não é controlado diretamente pelo governo. As reduções foram detalhadas pelo presidente Jean Paul Prates, em entrevista coletiva ao lado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, logo após reunião entre os dois em Brasília.
As denominações “gasolina A” e “diesel A” se referem ao combustível puro, antes da mistura com o álcool e biodiesel. Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel S10, comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,69 a cada litro vendido na bomba. E, no caso da gasolina comercializada nos postos, o preço será de R$ 2,03 a cada litro vendido na bomba.
Evitar volatilidade
Mais cedo, a Petrobras publicou comunicado confirmando o fim da política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Uma nova estratégia de comercialização, baseada no “custo alternativa do cliente, como valor a ser priorizado na precificação” e no “valor marginal para a Petrobras” passa a valer a partir de agora.
De acordo com Prates, a nova política de preços vai “seguir as referências de mercado, sem abdicar das vantagens competitivas de ser uma empresa com grande capacidade de produção e estrutura de escoamento e transporte em todo o país”. “Ciente da importância dos nossos produtos para a sociedade brasileira, destaco que a formação de preços da Petrobras busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preservamos um ambiente competitivo nos termos da legislação vigente”, disse.
Silveira também declarou que essa nova política, “vai diminuir o impacto na inflação. E vai ajudar o Brasil inclusive a sensibilizar, por exemplo, o Banco Central para que a gente possa diminuir a nossa taxa de juros”.
Nova política de preços da gasolina, diesel e gás de cozinha
“A Petrobras vai se livrar de muitas amarras que a colocavam, muitas vezes, até mal posicionada. Porque a volatilidade era obrigatoriamente cumprida por ela, muitas vezes, de forma a prejudicar o consumidor e a própria empresa. Ganha o governo, mas ganham principalmente as brasileiras e os brasileiros”, acrescentou o ministro de Minas e Energia.
As mudanças também foram recebidas com “esperança” pela Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet). Em nota, a entidade avaliou que, com a nova política de preços, a “Petrobras pode praticar preços inferiores aos paritários de importação (PPI). E obter excelentes resultados empresariais, com a recuperação da sua participação no mercado brasileiro e a maior utilização da sua capacidade instalada de refino”.
Adotada desde outubro de 2016, após o golpe contra a então presidenta Dilma Rousseff (PT), o PPI dolarizou os preços dos combustíveis no Brasil. Mais do que isso, a Petrobras passou a formar os preços dos combustíveis como se fossem 100% importados. Ou seja, considerava custos de transporte e taxas de importação inexistentes. Isso elevou os preços dos combustíveis. O botijão de gás registrou, por exemplo, uma alta de 223,8% no preço final, no período, superior aos 15,5% de aumento nos 13 anos de governo do PT. Os dados constam em estudo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) com o Dieese.
“Somente a Petrobras consegue suprir o mercado doméstico de derivados com preços abaixo do paritário de importação. E, ainda assim, obter resultados compatíveis com a indústria internacional e sustentar elevados investimentos que contribuem para o desenvolvimento nacional. A Petrobras deve abastecer o mercado brasileiro aos menores custos possíveis e garantir sua sustentabilidade empresarial, ao assegurar que suas margens operacionais sejam compatíveis com a indústria internacional, com alta capacidade de investimento e resiliente à variação do preço do petróleo”, apontou a Aepet.