Presidente da Petrobras afirma que nova política de preços não tem interferência do governo

Presidente da Petrobras ressalta que os instrumentos de rentabilidade, de garantia de financiabilidade da companhia estão integralmente garantidos. Especialistas e agentes do mercado têm apontado falta de transparência nas regras de formulação do preço
17 de maio de 2023

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou na terça-feira (16) que o governo vai fiscalizar, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), o impacto da política de preços anunciada pela Petrobras para o gás de cozinha (GLP), a gasolina e o diesel. Ao mesmo tempo, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirma que a nova política de preço da Petrobras para os valores dos combustíveis não tem interferência do governo. Além disso, ressalta que os instrumentos de rentabilidade, de garantia de financiabilidade da companhia estão integralmente garantidos. Ele falou isso em resposta às críticas de parte dos “agentes do mercado”. 

Para a nova política de preços, a estatal afirma que vai usar referências de mercado como o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal para a empresa. Em relação ao custo alternativo do cliente, contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos. Já o valor marginal é baseado no custo de oportunidade dadas às diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.

Daqui para frente, segundo a Petrobras, os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio. 

Política de preços anunciada revogou a fórmula da Paridade de Preço de Importação (PPI), baseada nas oscilações do dólar e do mercado internacional

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Crédito: Agência Brasil / Marcello Casal

Com a nova política de preços anunciada, foi revogada a fórmula da Paridade de Preço de Importação (PPI), baseada nas oscilações do dólar e do mercado internacional de óleo, e que contabilizava também os custos logísticos com transporte e taxas portuárias, por exemplo. Prates refutou a tese de que a nova estratégia é menos transparente que a política de Preços de Paridade de Importação (PPI).

Para o economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Eduardo Moreira, a mudança na política é bastante positiva, pois tira do foco os importadores de combustíveis para priorizar quem deve ser prioridade, neste caso, o consumidor brasileiro.

“O PPI era uma maluquice! O Brasil não tem a quantidade de gasolina suficiente para abastecer o mercado, pois o Brasil não refina tudo [o petróleo] e temos que importar. Então, em vez de aumentar a capacidade de refino, optou-se por estimular os importadores [de derivados de petróleo]”, disse o economista na edição desta quarta-feira (17) do ICL Notícias, programa diário veiculado no YouTube.

Ainda na terça (16), a estatal anunciou uma nova política de preços para os combustíveis no mercado interno que começam a valer nesta quarta (17). O preço do botijão de gás para o consumidor final pode cair abaixo dos R$ 100. O valor praticado na revenda, no entanto, não é controlado diretamente pelo governo. A gasolina A (antes da mistura com etanol) teve redução de R$ 0,40 por litro (-12,6%). O diesel A (antes da mistura com biodiesel) teve o preço diminuído em R$ 0,44 por litro (-12,8%). Para o gás de cozinha (GLP), a redução foi de R$ 8,97 por botijão de 13 kgs (-21,3%).


Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do G1

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