A Petrobras caminha para incrementar seus projetos na área de transição energética para combustíveis de última geração. A petroleira brasileira vai investir R$ 3 bilhões para converter três de suas refinarias para produção de diesel 100% renovável e o bioquerosene de aviação (BioQAV), um tipo de combustível sustentável de aviação.
O projeto integra o Programa de BioRefino da companhia, um dos destaques do Plano Estratégico para o período de 2023-2027.
O diesel renovável e o BioQAV têm potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa entre 55% e 90% em relação aos combustíveis derivados de petróleo, pois são oriundos de matérias-primas renováveis (como óleo vegetal e gorduras de origem animal).
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo na quinta-feira passada (15), o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, disse que as unidades a serem convertidas a partir desse investimento são as refinarias de Paulínia (Replan) e Cubatão (RPBC), ambas de São Paulo, e a refinaria Duque de Caxias (Reduc).
A conversão dessas unidades já estava nos planos da gestão anterior e foi mantida pela diretoria executiva do presidente Jean Paul Prates.
De acordo com Tolmasquim, a Repar já produz os novos combustíveis, com porcentual renovável entre 5% e 7%, o que deve se repetir na Replan e na Reduc. Em Cubatão, a Petrobras se prepara para trabalhar com óleo vegetal em 100% da operação.
Segundo Tolmasquim, investimento de R$ 3 bi já está aprovado, mas conversão das refinarias da Petrobras levará tempo
Ao Estadão, Tolmasquim também destacou que o investimento de R$ 3 bilhões já estava aprovado e que as ações estarão contempladas no montante de 6% a 15% do Capex (Capital Expedinture ou investimento em bens de capital, na tradução para o português) total definido este mês para investimento em descarbonização nos próximos cinco anos.
A nova geração de combustíveis renováveis tem papel relevante no atendimento das metas de redução de emissões dos segmentos rodoviários e de aviação civil do país.
Ele disse que a adaptação das refinarias é um processo que “não vai levar muito tempo” e defendeu os novos combustíveis não só pelo potencial verde, mas também porque os motores dos veículos aceitam 100% do novo combustível, ante a limitação relacionada ao biodiesel tradicional.
Além disso, ele comentou que a empresa tem planos de expandir a tecnologia de captura de carbono para fazer dela uma nova unidade de negócios, com prestação de serviço para outras empresas com alta emissão de carbono, como petroleiras, cimenteiras e siderúrgicas.
Nessa linha, está em curso um projeto-piloto de captura do CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) resultante do tratamento de gás natural na unidade de Cabiúnas, que será armazenado em um aquífero salino próximo à costa do Rio de Janeiro.
“Queremos fazer CCUS mais próximo da costa. Vamos tentar, no futuro, prestar esse serviço (CCUS) para outras empresas”, disse ao Estadão.
Embora mire projetos de transição energética, a Petrobras insiste em iniciativas na área de combustíveis fósseis, como o polêmico projeto de exploração de petróleo na Foz do Amazonas, que colocou a petroleira e os ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente no meio de uma queda de braços, devido aos riscos ambientais da proposta.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias