O Monitor do PIB-FGV, considerando-se dados com ajuste sazonal, aponta queda de 0,6% na atividade econômica em agosto em comparação com julho. Na comparação interanual a economia cresceu 2,5% em agosto e 2,8% no trimestre móvel findo em agosto. No acumulado em 12 meses até agosto, o crescimento registrado na economia foi de 3,0%.
“Na retração de 0,6% da economia brasileira em agosto, comparado a julho, destacam-se negativamente dois componentes. Pela ótica da oferta, a forte queda na agropecuária é explicada pela redução da colheita de safras, como a soja. Pela ótica da demanda, a retração na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) tem se aprofundado principalmente devido ao desempenho negativo do segmento de máquinas e equipamentos. O comportamento negativo da agropecuária era de certa forma esperado, devido ao calendário de colheitas e ao forte desempenho positivo observado no setor no primeiro semestre. No entanto, o contexto de retração da FBCF é bastante diferente tendo influência da alta taxa de juros do país”, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
Análise desagregada dos componentes de demanda
A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi realizada na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes.
Consumo das famílias
O consumo das famílias cresceu 3,1% no trimestre móvel findo em agosto. Desde o trimestre móvel findo em maio há uma estabilidade no crescimento do consumo das famílias embora seja observada pequena modificação de composição. O consumo de serviços tem reduzido a sua contribuição enquanto o consumo de produtos duráveis tem elevado a sua participação para o total do consumo nos últimos trimestres.
Formação bruta de capital fixo (FBCF)
A FBCF retraiu 5,0% no trimestre móvel findo em agosto. Pela primeira vez, desde o trimestre findo em abril de 2022 o segmento da construção retraiu, mas a sua pequena contribuição de -0,2 p.p. para a FBCF não justifica a forte retração observada neste componente desde o início do ano. O segmento de máquinas e equipamentos, tem ampliado suas retrações ao longo dos trimestres tendo sido influenciado pelos desempenhos ruins em diversos tipos, tendo como principal destaque o segmento de caminhões, ônibus e relacionados.
Exportação
A exportação de bens e serviços cresceu 10,6% no trimestre móvel findo em agosto. Como tem sido observado ao longo do ano, o forte desempenho das exportações tem sido explicado pelo crescimento das exportações de produtos agropecuários e da extrativa mineral. Apenas no trimestre móvel findo em agosto, estas duas commodities foram responsáveis por cerca de 90% do desempenho positivo das exportações.
Importação
O total das importações retraiu 4,6 no trimestre móvel findo em agosto. A importação de bens intermediários é a principal responsável por esta queda, embora as importações de serviços também tenham se reduzido no período. Observa-se, no Gráfico 5, que desde junho a contribuição negativa das importações de bens intermediários tem aumentado e influenciado no fraco desempenho do total importado.
PIB-FGV em valores
Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB até agosto em valores correntes, tenha sido de R$ 7,039,803 trilhões.
Taxa de investimento
O Gráfico 6 destaca em duas linhas as médias das taxas de investimento: a laranja (em cima) mostra a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2000 (18,0%); a cinza (em baixo), a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2015 (16,7%). Observa-se que a taxa de investimento em agosto foi de 17,5%; pouco acima da média histórica desde 2015, mas abaixo da média histórica desde 2000.
Confira aqui o estudo completo.
Do Portal Ibre FGV