O jornalista Luis Nassif, em artigo no GGN, descreveu os ganhos astronômicos dos acionistas da Petrobrás desde o início da execução da Paridade de Preços Internacionais (PPI). Segundo ele, a mudança feita por Pedro Parente, sob o governo Michel Temer, foi “o golpe da década”.
“Sem que nada fizessem (acionistas), houve a mudança no sistema de preços, conferindo a eles, de graça, sem nenhum ônus, uma valorização expressiva do papel”, escreve.
Devido à mudança na política de preços, o ganho dos acionistas chega, hoje, a mais de 160% na rentabilidade do papel.
“O Brasil produz 75% do petróleo que consome (na verdade é mais, mas fiquemos por aqui) a um custo de US$ 18,00 o barril. Na média, o custo da Petrobras, supondo uma cotação internacional de U$ 40,00, seria de US$ 23,50 o barril.
Supondo uma Taxa Interna de Retorno de 10% ao ano (para o acionista) e um prazo de 10 anos, o mix de preço daria um valor presente de US$ 144,00 para seu investimento. A mera mudança na forma de cálculo com o petróleo a US$ 40,00, proporcionou uma valorização de 70,21% na rentabilidade do papel – às custas do consumidor brasileiro.
Quando os preços do barril saltaram para US$ 80,00, o ganho dos acionistas saltou para 138,81% acima dos ganhos que esperavam, quando adquiriram as ações da empresa.
Hoje em dia, com o petróleo Brent em US$ 104,00, o ganho adicional do acionista cresceu 163,29%”, escreve.
Nassif criticou ainda a cobertura dos jornais econômicos, que consideram o PPI uma espécie de “direito” dos acionistas:
“Talvez seja o episódio de maior explicitação da ignorância do setor nas últimas décadas”.
Brasil 247