No discurso de posse, na segunda-feira (6), o novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sustentável), Aloizio Mercadante, afirmou que o desenvolvimento de micro, pequenas e médias empresas será prioridade em sua gestão. Também defendeu a atuação do BNDES como “Eximbank” para o aumento das exportações do país, com foco no longo prazo, integrando as cadeias globais. “O Brasil é um dos principais exportadores de produtos agrícolas, mas os produtos de alto valor agregado também são importantes. O Brasil não pode ser só a fazenda do mundo”, afirmou Mercadante.
Atualmente, o Brasil exporta mais carnes de aves, milho, minério de ferro, soja, açúcares e melaços, carne bovina para o Oriente Médio do que para Argentina e deixa de vender produtos com maior valor agregado. Segundo dados da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a soja, milho, petróleo, minério de ferro e carne responderam por cerca de metade de tudo o que o Brasil embarcou para o mundo em 2021.
O novo presidente do BNDES também defendeu a necessidade de investimento na reindustrialização, voltado ao que classificou como “nova indústria” – “digital, descarbonizada, baseada em circularidade e, assim, intensiva em conhecimento”.
“A participação da indústria nos desembolsos do BNDES era de 56% em 2016, caiu para 16% em 2021”, destacou Mercadante ao prometer retomar o aumento do investimento no setor industrial.
Presidente do BNDES defende taxa de juros mais competitiva para as micro, pequenas e médias empresas
Por serem grandes geradoras de emprego e renda no país, as empresas, sejam micro, pequenas e até médias, terão atenção especial do banco. “Vamos apoiar as micro, pequenas e médias empresas e as cooperativas de economia solidária com R$ 65 bilhões por meio de crédito indireto do banco e alavancagem via garantias do crédito privado”, disse o presidente do BNDES em seu discurso de posse.
A nova gestão do BNDES vai trabalhar no ajuste na Taxa de Longo Prazo (TLP) do banco de fomento. “Atualmente, a TLP apresenta enorme volatilidade e custo superior ao da dívida pública”, enfatizou.
Mercadante afirmou que não pretende fazer com que o BNDES concorra com bancos privados, mas defendeu a necessidade de juros mais competitivos para as micro, pequenas e médias empresas. “Não queremos padrão de subsídios como no passado, mas uma taxa de juros mais competitiva para micro, pequenas e médias empresas”, explica Mercadante.
Na avaliação do presidente do BNDES, o banco público pode contribuir para reduzir riscos, abrir novos mercados, alongar prazos e elaborar bons projetos para o mercado privado e isso pode ser feito até com parcerias com iniciativas privadas.
Mercadante quer BNDES promovendo ações de fomento de igualdade de raça e gênero
O presidente do BNDES disse que irá “competir positivamente” em relação às ações de fomento da igualdade de raça e gênero. Mencionou que o Itaú lançou uma linha de crédito especial para mulheres e avisou que o BNDES vai competir nessa área.
Internamente, tal promoção se dará, segundo Mercadante, por meio de programa de estágio voltado a negros e negras e do estabelecimento de cotas na retomada de concursos públicos.
Para Mercadante, o BNDES pode ser o promotor de uma sociedade mais justa e inclusiva por meio de nossas linhas de crédito e das ações de fomento que empoderem mulheres, negras e negros desse país. Nós temos que empoderar o empreendedorismo da comunidade negra e das mulheres brasileiras”, disse.
Internamente, o BNDES vai propor um programa de estágios para negros e negras, e retomada de concursos que não acontece há mais de dez anos com cotas”, de acordo com o novo presidente do banco.
Redação ICL Economia
Com informações do G1