O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, confirmou o caráter eleitoreiro da liberação de empréstimos para microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte por parte do governo Jair Bolsonaro (PL). “Em vez de dar R$ 10 bilhões para empresas grandes, dar R$ 1 bilhão para empresas pequenas é mais desenvolvimento social, mais desenvolvimento econômico, e mais voto no final do dia”, disse o executivo.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a declaração foi feita durante um evento promovido pelo banco BTG Pactual na semana passada e está ligada à meta da equipe econômica de liberar até R$ 72 bilhões até o final de 2024, mas mais da metade ainda este ano, por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), no valor de R$ 50 bilhões, e R$ 22 bilhões por meio do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac).
A estimativa é que até o final deste ano sejam liberados cerca de R$ 40 bilhões. As duas linhas foram criadas durante a pandemia. O Paec foi reaberto na segunda-feira (22) e os empréstimos, que podem variar de R$ 1 mil a R$ 10 milhões, devem ser voltados para capital de giro ou investimentos. O prazo máximo para pagamento é de até 60 meses,com carência entre seis e 12 meses. A taxa média de juros é de, no máximo, 1,75% ao mês.
“Desde 25 de julho, MEIs, micro e pequenas empresas podem contratar novos empréstimos por meio do Pronampe. Banco do Brasil, Caixa e Bradesco já liberaram mais de R$ 10 bilhões em operações de crédito por meio do programa e o governo espera que os bancos públicos e privados emprestem entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões em 2022. A taxa de juros do Pronampe atualmente é composta pela Selic – atualmente em 13,75% – mais 6%. Com isso, os empréstimos têm taxa de pelo menos 19,75% ao ano”, ressalta a reportagem.