Produção de veículos fecha primeiro trimestre com 17% de queda

É o pior mês de março, em produção de veículos leve e pesados no Brasil, dos últimos 19 anos
8 de abril de 2022

A produção de veículos leves e pesados fechou o primeiro trimestre com queda de 17% em relação ao mesmo período de 2021. Na comparação entre os meses de março, houve recuo de 7,8%. Os dados foram divulgados, nesta sexta-feira (8), pela Anfavea (associação das montadoras). É o pior mês de março, em produção, dos últimos 19 anos.

Foram montadas 184,8 mil unidades no último mês, o que representa uma alta de 11,4% em relação a fevereiro.

Os resultados seguem abaixo do projetado pela Anfavea. No início do ano, em janeiro, a entidade projetava uma alta de 9,4% na produção de veículos leves e pesados.

Os licenciamentos de veículos novos caíram 23,2% na comparação entre os primeiros trimestres de 2022 e 2021. Com 402,8 mil unidades vendidas, o período de janeiro a março deste ano registra o pior resultado desde 2006, segundo dados da Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos).

No segmento de usados, a queda é de 24,6% no acumulado deste ano. Entre janeiro e março, foram negociadas 2,29 milhões de unidades.

O trimestre terminou ainda com queda de 2,9% no número de funcionários contratados pelas montadoras em relação ao mesmo período de 2021. O resultado é reflexo das demissões acumuladas ao longo do último ano, resultado das demissões na Ford e de outros cortes pontuais.

Há fábricas, tanto de carros quanto de caminhões, que ficam com atividades suspensas por períodos que vão de dias a pelo menos uma semana em ajustes atribuídos à irregularidade no abastecimento de peças. O maior gargalo continua sendo a escassez mundial de semicondutores, que restringe os estoques de componentes eletrônicos.

No entanto, diante do aumento de preços, acompanhado agora de taxas de financiamento mais altas, o consumo de veículos tem ficado ainda aquém da limitada oferta de carros no mercado. No mês passado, as vendas caíram 22,5% na comparação com o mesmo mês de 2021, para 146,8 mil unidades. Em termos de venda, foi o março mais fraco em 18 anos apesar de o governo ter reduzido em 18,5% as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aplicadas na comercialização de automóveis.

Houve também contratações, principalmente no setor de maquinário e de caminhões, que mantiveram bom ritmo de produção devido, principalmente, à demanda do agronegócio.

O quadro só não é pior para as montadoras porque as exportações estão em alta. Só em março, foram embarcados 38,9 mil veículos, 5,8% a mais do que no terceiro mês de 2021. Em relação a fevereiro, os embarques, que têm a Argentina como principal destino, caíram 6,2%, mas o total vendido ao exterior no trimestre (108,1 mil unidades) seguiu no azul, com crescimento de 12,8% no comparativo interanual.

O balanço da Anfavea mostra ainda que as montadoras de veículos abriram 430 vagas de trabalho em março, empregando no fim do mês 101,8 mil pessoas
Outra boa notícia é que as montadoras seguem anunciando planos de expansão e novos investimentos, com contratações.

O mais recente foi feito pela Nissan. Ashwani Gupta, diretor de operações da montadora japonesa, confirmou nesta quarta (6) que serão investidos US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão) na fábrica de Resende (RJ), que hoje produz o SUV compacto Kicks.

O valor será usado para a modernização do complexo industrial: a unidade será preparada para a renovação da linha de veículos para a América do Sul. Com o retorno do segundo turno, foram contratados 568 novos funcionários.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

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