Em setembro de 2022, a produção industrial nacional caiu 0,7% frente a agosto, na série com ajuste sazonal, segunda taxa negativa consecutiva. Frente a setembro de 2021, na série sem ajuste, a indústria cresceu 0,4%. No ano, a indústria acumula queda de 1,1% e, em 12 meses, queda de 2,3%.
Na queda de 0,7% da indústria na passagem de agosto para setembro, as quatro grandes categorias econômicas e 21 dos 26 ramos pesquisados mostraram redução na produção. Com esses resultados, o setor industrial ainda se encontra 2,4% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Entre as atividades, as influências negativas mais importantes vieram de produtos alimentícios (-2,9%), metalurgia (-7,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,6%). Vale destacar também os recuos em bebidas (-4,6%) e produtos de madeira (-8,8%).
Por outro lado, entre as cinco atividades em alta, indústrias extrativas (1,8%) e máquinas e equipamentos (2,2%) exerceram os principais impactos em setembro de 2022, com a primeira eliminando parte do recuo de 3,1% registrado em agosto e a segunda marcando o segundo mês seguido de expansão na produção, acumulando 15,3% de ganho nesse período.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com agosto, bens de consumo semi e não duráveis (-1,4%) e bens intermediários (-1,1%) tiveram taxas negativas, com ambas apontando o segundo mês seguido de recuo e acumulando perdas nesse período de 3,3% e 2,7%, respectivamente. Os setores de bens de capital (-0,5%) e de bens de consumo duráveis (-0,2%) também mostraram redução em setembro.
Média móvel trimestral varia -0,3% no trimestre encerrado em setembro
Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral para a indústria foi de -0,3% no trimestre encerrado em setembro de 2022 frente ao nível do mês anterior, após também recuar em agosto último (-0,2%).
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo semi e não duráveis (-0,5%), bens de consumo duráveis (-0,5%) e bens intermediários (-0,3%) assinalaram os resultados negativos nesse mês, com a primeira intensificando a queda do mês anterior (-0,4%); a segunda interrompendo a trajetória ascendente iniciada em março de 2022; e a terceira recuando pelo segundo mês consecutivo e acumulando perda de 0,4% no período. Por outro lado, o setor de bens de capital cresceu 0,6% em setembro de 2022, a única taxa positiva nesse mês e seu terceiro avanço consecutivo, acumulando expansão de 1,4% no período.
Frente a setembro de 2021, produção industrial avança 0,4%
Na comparação com setembro de 2021, o setor industrial avançou 0,4% em setembro de 2022, com resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 12 dos 26 ramos, 28 dos 79 grupos e 45,3% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que setembro de 2022 (21 dias) teve o mesmo número de dias que igual mês do ano anterior (21).
Entre as atividades, as principais influências positivas vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (20,3%) e outros produtos químicos (7,7%). Vale destacar também as contribuições positivas dos ramos de celulose, papel e produtos de papel (6,6%), de outros equipamentos de transporte (25,9%), de máquinas e equipamentos (4,0%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (10,0%), de couro, artigos para viagem e calçados (8,5%) e de produtos do fumo (35,5%).
Por outro lado, ainda em relação a setembro de 2021, entre as 14 atividades em queda, indústrias extrativas (-5,7%), metalurgia (-10,3%) e produtos de madeira (-24,2%) exerceram as influências mais intensas, pressionadas pela menor produção de minérios de ferro em bruto ou beneficiados. Outros impactos negativos importantes vieram de produtos de metal (-7,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,2%), produtos têxteis (-11,7%), produtos de minerais não metálicos (-3,9%), móveis (-13,3%), impressão e reprodução de gravações (-20,4%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-5,9%).
Entre as grandes categorias econômicas, ainda frente a igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (10,5%) e bens de capital (4,6%) assinalaram os resultados positivos em setembro de 2022. Por outro lado, os segmentos de bens intermediários (-0,3%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-1,4%) apontaram recuos nesse mês.
O setor de bens de consumo duráveis avançou 10,5%, quarto resultado positivo consecutivo nessa comparação. O setor foi impulsionado pela alta na fabricação de automóveis (23,9%). Vale citar também os avanços de eletrodomésticos da “linha marrom” (35,5%%) e motocicletas (29,4%). Por outro lado, os impactos negativos vieram da menor produção de eletrodomésticos da “linha branca” (-22,8%), de outros eletrodomésticos (-15,3%) e móveis (-16,0%).
A produção de bens de capital cresceu 4,6% no índice mensal de setembro de 2022, segundo resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação. O segmento foi influenciado pela expansão no grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte (24,5%). Os demais resultados positivos foram nos grupamentos de bens de capital agrícolas (19,5%), para construção (14,6%) e para energia elétrica (6,7%). Os impactos negativos vieram de bens de capital para fins industriais (-3,8%) e de uso misto (-4,8%).
O segmento de bens intermediários caiu 0,3% ante setembro de 2021, interrompendo dois meses consecutivos de alta, nessa comparação. O resultado desse mês foi explicado pelos recuos em indústrias extrativas (-5,7%), metalurgia (-10,3%), produtos de metal (-8,4%), produtos alimentícios (-3,0%), produtos de minerais não metálicos (-3,9%), produtos têxteis (-9,4%) e produtos de borracha e de material plástico (-2,2%). As pressões positivas vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (30,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%), outros produtos químicos (7,8%), celulose, papel e produtos de papel (7,5%) e máquinas e equipamentos (5,1%).
Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados de insumos típicos para construção civil (-5,3%), o 13º recuo seguido nessa comparação, e de embalagens (0,0%), com variação nula pelo segundo mês consecutivo.
O setor de bens de consumo semi e não duráveis recuou 1,4% em setembro de 2022 frente a igual período de 2021, interrompendo cinco meses de taxas positivas consecutivas nesse tipo de comparação. A queda nesse mês foi explicada, principalmente, pelo recuo observado no grupamento de carburantes (-10,9%), pressionado pela menor produção de álcool etílico e de gasolina automotiva. Vale citar também o resultado negativo do grupamento de semiduráveis (-1,8%). Por outro lado, os grupamentos de alimentos e bebidas elaboradas para consumo doméstico (1,0%) e de não duráveis (0,6%) assinalaram resultados positivos.
Todas as grandes categorias econômicas acumulam quedas no ano
No índice acumulado no ano, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial assinalou queda de 1,1%, com resultados negativos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 15 dos 26 ramos, 56 dos 79 grupos e 61,0% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, as principais influências negativas no total da indústria foram registradas por indústrias extrativas (-4,0%), produtos de metal (-10,8%), metalurgia (-5,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,7%) e produtos de borracha e de material plástico (-6,7%). Vale destacar também as contribuições negativas dos ramos de produtos têxteis (-13,2%), de móveis (-17,9%), de produtos de minerais não metálicos (-4,6%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,5%) e de produtos de madeira (-8,3%).
Por outro lado, entre as dez atividades com expansão, a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (8,3%) exerceu a maior influência. Outros impactos positivos importantes vieram de outros produtos químicos (3,0%), bebidas (4,4%), celulose, papel e produtos de papel (3,5%) e produtos alimentícios (0,7%).
Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os nove meses de 2022 mostrou menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-5,3%), pressionada pelas reduções na fabricação de eletrodomésticos (-16,4%), especialmente os da “linha branca” (-20,3%). Os segmentos de bens intermediários (-1,0%), de bens de consumo semi e não duráveis (-0,7%) e de bens de capital (-0,5%) também tiveram resultados negativos no ano, mas todos com recuos menos intensos do que a média da indústria (-1,1%).