O índice de produção industrial desacelerou a 50,1 pontos em junho, mostrando sinais de queda do setor, segundo sondagem divulgada nesta sexta-feira (15) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A falta ou alto custo de matérias-primas estão entre os principais problemas para a queda de produção nesse segmento. Mas é importante ressaltar que esse aspecto vem sendo menos citado pelos empresários. Outros problemas estão recebendo maior destaque, como as taxas de juros elevadas.
Trata-se de mais um dado econômico demonstrando que, apesar do que apregoa o governo, com projeções econômicas com o pé fora da realidade, esta sempre acaba se impondo no Brasil.
O índice estava em 53,6 pontos em maio, sinalizando melhora na produção em comparação com abril, que registrou pontuação de 46,5. O indicador varia de 0 a 100 pontos, com uma linha de corte de 50 pontos. Valores acima desse limiar indicam crescimento, enquanto os abaixo representam queda.
Além da falta ou o custo de insumos, que vêm impactado o setor desde o início da pandemia de Covid-19, as taxas de juros elevadas têm preocupado os empresários. Segundo a pesquisa, eles registraram maior insatisfação com o lucro operacional e maior dificuldade em obter crédito. Por outro lado, houve um leve aumento da satisfação com a situação financeira.
Ao comparar junho de 2022 com o histórico do período é possível observar uma melhora, pois a média é de 47,2 pontos, abaixo dos 50 pontos. Isso significa que o ritmo de produção foi mantido na passagem de maio para junho, apesar das baixas apontadas.
Em maio de 2022, a produção industrial nacional variou 0,3% frente a abril, na série com ajuste sazonal. Em relação à mesma base de 2021, na série sem ajuste, a indústria cresceu 0,5%. No ano, o setor acumula queda de 2,6% e, em 12 meses, o acumulado foi de menos 1,9%.
Por ocasião dos dados de maio, o economista do ICL André Campedelli havia dito que o resultado negativo da produção industrial no ano e no acumulado de 12 meses “mostra que existe, sim, desaceleração da indústria”. “O governo projeta atualmente alta de 1,2% para o setor até o fim do ano, mas está cada vez mais longe de atingir tal patamar se não ocorrer nenhuma mudança drástica”, explicou.
A pesquisa mostrou que “ocorreu manutenção do ritmo de produção na passagem de maio para junho de 2022, embora usualmente se verifique queda no período”.
A pesquisa da CNI (índice de produção industrial) é realizada em âmbito nacional e em parceria com 25 federações de indústria. São elaborados indicadores estaduais, regionais e nacionais para diferentes portes de empresa. Também são elaborados indicadores setoriais nacionais.
Além da produção industrial, outra pesquisa da CNI mostra confiança do empresário estável
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) ficou estável na passagem de junho para julho de 2022, permanecendo em 57,8 pontos. Esse indicador da CNI também varia entre 0 e 100 pontos, com uma linha de corte em 50 pontos.
Foram ouvidas 1.571 empresas no levantamento, das quais 619 de pequeno porte, 584 de médio porte e 368 de grande porte, entre 1º e 7 de julho. Entre os dados que compõem o ICEI, o Índice de Condições Atuais recuou levemente, com queda de 0,4 ponto, para 51,1 pontos.
Apesar dessa ligeira queda, de acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, o índice demonstra melhora das condições atuais na comparação com os últimos seis meses.
Já o Índice de Expectativas ficou praticamente estável, com uma variação de 0,1 ponto para 61,1 pontos. Ao permanecer significativamente acima da linha divisória de 50 pontos, o índice demonstra a continuidade do otimismo elevado da indústria para os próximos seis meses. “As expectativas de melhora da economia estão bem disseminadas entre os industriais”, avaliou o economista da CNI.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias