Apesar do reajuste anunciado pela Petrobras, preço da gasolina permanece defasado

Relatório da Abicom, associação de importadores, ressalta que, com a estabilidade no câmbio e nos preços de referência, a defasagem média é de -12% no diesel e de -9% para a gasolina.
10 de julho de 2024

Relatório divulgado pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) mostra que o preço da gasolina segue abaixo do praticado no mercado internacional, ainda que a Petrobras tenha aumentado em 7% (R$ 0,20 por litro) o valor do litro do combustível em suas refinarias.

O reajuste da gasolina e do gás de cozinha foi anunciado na segunda-feira (8) e passou a valer ontem (9). O diesel não foi reajustado.

Com o reajuste de 7,12%, o preço de venda da gasolina A para as distribuidoras passará a ser de R$ 3,01 por litro, alta de R$ 0,20 por litro.

Considerando a mistura obrigatória 27% de etanol anidro no produto vendido nos postos, o impacto esperado no preço final é de R$ 0,15 por litro.

Por sua vez, o botijão de gás (GLP) de 13kg vai subir 9,81% (R$ 3,10), passando a R$ 34,70.

Esse é o primeiro reajuste anunciado pela petroleira em 2024, tanto para a gasolina quanto para o gás LP.

A Abicom ressaltou que, com a estabilidade no câmbio e nos preços de referência, a defasagem média é de -12% no diesel e de -9% para a gasolina. A paridade de importação é calculada diariamente pela associação.

Em maio do ano passado, a Petrobras anunciou o fim da paridade de preços do petróleo – e dos combustíveis derivados, como gasolina e diesel – com o dólar e o mercado internacional. Desde 2016, o preço desses produtos no mercado interno acompanhava as oscilações internacionais, sem qualquer intervenção do governo para garantir preços menores.

Reajuste na gasolina deve impactar a inflação

O último ajuste nos preços da gasolina ocorreu em outubro de 2023, quando houve redução. Já os preços do GLP não eram alterados desde julho de 2023.

A expectativa de analistas é de que o aumento de R$ 0,20 nos combustíveis deve afetar a inflação. O economista André Braz, coordenador dos índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), destacou que a gasolina tem um peso de aproximadamente 5% no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do Brasil.

“Isso quer dizer que, para cada 1% de aumento do combustível, o impacto no IPCA é de 0,05 ponto percentual”, diz. O economista observa que, na prática, a elevação anunciada pela Petrobras deve acrescentar R$ 0,15 ao preço médio da gasolina do mês passado.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do site Metrópoles

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