Rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Fitch segue afetando índices futuros e bolsas, que operam no negativo nesta manhã

No radar dos investidores, nesta quinta-feira (3), estão as divulgações de balanços de big techs, como Amazon e Apple, nos EUA, e a decisão sobre os juros do Banco da Inglaterra, que deve cortar sua taxa em 0,25 ponto percentual.
3 de agosto de 2023

Continua reverberando nos mercados mundiais o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Fitch Ratings. As bolsas mundiais e os índices futuros dos EUA estão operando no campo negativo, nesta manhã de quinta-feira (3), em continuidade ao movimento de ontem (2).

A Fitch Ratings rebaixou a classificação de inadimplência de emissor de moeda estrangeira de longo prazo dos Estados Unidos de AAA para AA+ na última terça-feira, citando a “esperada deterioração fiscal” nos próximos três anos, bem como o enfraquecimento da governança.

Para hoje, os investidores continuam com mais divulgações de resultados corporativos no radar. Após o fechamento dos mercados, as big techs Amazon (AMZO34) e Apple (AAPL34) divulgarão seus balanços do último trimestre. Além disso, também aguardam pelos dados dos pedidos de seguro-desemprego.

Para amanhã (4), os analistas aguardam os dados do payroll, um termômetro importante usado pelo Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) para definir sua política monetária.

Na Europa, os investidores também aguardam a decisão sobre os juros do Bank of England (BoE) para esta quinta-feira. A expectativa é de que o banco central da Inglaterra siga a decisão do BCE (Banco Central Europeu) da semana passada, e eleve a taxa de juro em 0,25 ponto percentual, para 5,25% ao ano.

No Brasil, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, de cortar a taxa Selic em 0,50 p.p. ontem, continua ecoando nesta manhã de quinta-feira.

O corte mais agressivo, que coloca a taxa ao patamar de 13,25% ao ano, contrariou a expectativa da maioria dos economistas, que esperavam um corte de 0,25 p.p., mas o que lhes chamou a atenção foi a divisão do colegiado. O placar de 5 a 4 entre os nove diretores significa que o presidente Roberto Campos Neto desempatou a votação do lado dos novos diretores, indicados pelo governo Lula, o que deve pode gerar algum ruído nos mercados hoje.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quarta-feira (2) em baixa, com investidores ainda à espera pela decisão de juros do Copom (Comitê de Política Monetária). O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,32%, aos 120.859 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, o resultado do Ibovespa teve influência também do mau humor do exterior, após a agência de classificação de risco Fitch Ratings ter rebaixado a nota de crédito dos Estados Unidos.

Na agenda doméstica, os investidores passaram o dia cautelosos com a decisão do Copom, que deve baixar a taxa Selic pela primeira vez em três anos. Atualmente, a taxa de juros está em 13,75% ao ano e não há unanimidade entre os analistas sobre qual deve ser o percentual do corte.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar fechou em alta de 0,33% frente ao real, cotado a R$ 4,805 na compra e a R$ 4,806 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam no negativo nesta manhã, com os investidores repercutindo resultados corporativos e aguardando a decisão de juros do Banco da Inglaterra.

FTSE 100 (Reino Unido), -1,41%
DAX (Alemanha), -0,96%
CAC 40 (França), -1,07%
FTSE MIB (Itália), -1,44%
STOXX 600, -0,98%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA recuam nesta manhã de quinta-feira, ampliando as perdas da véspera, com investidores ainda digerindo o rebaixamento da nota de crédito do país pela Fitch Ratings.

Para hoje, os investidores aguardam dados dos pedidos de seguro-desemprego e a divulgação dos resultados corporativos da Apple e da Amazon.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,26%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,29%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,36%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam em baixa, com exceção da bolsa de Shanghai, da China, acompanhando a liquidação das ações em Wall Street depois do rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela agência de classificação de riscos Fitch.

Na China, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços ficou em 54,1, um ligeiro aumento em relação aos 53,9 observados em junho.

Shanghai SE (China), +0,58%
Nikkei (Japão), -1,68%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,49%
Kospi (Coreia do Sul), -0,42%
ASX 200 (Austrália), -0,58%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa, à medida que investidores avaliam as consequências do rebaixamento da nota de crédito do governo dos EUA pela Fitch na terça-feira.

Petróleo WTI, -0,23%, a US$ 79,31 o barril
Petróleo Brent, -0,32%, a US$ 82,93 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, a agenda de hoje tem como destaque a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). A expectativa é que a autoridade monetária eleve os juros em 25 pontos-base.

Nos EUA, saem dados de pedidos de seguro-desemprego semanal e da indústria.

Por aqui, no Brasil, no campo político, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reúnem nesta quinta-feira (3) em um gesto simbólico de entrega da reforma tributária ao Senado. Outro assunto do dia nesse campo é a posse do advogado Cristiano Zanin como ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). Na seara econômica, não há dados econômicos relevantes na agenda, exceto na agenda corporativa. O mercado aguarda com expectativa o balanço da Petrobras (PETR3;PETR4), após o fechamento da Bolsa.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e InfoMoney

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