Em reunião do G7, Lula deve reforçar papel dos países emergentes e defender o multilateralismo

Presidente desembarca na noite desta quinta-feira (18) em Hiroshima, no Japão, onde participará da reunião da cúpula dos sete países mais ricos do mundo, além de reuniões bilaterais com Austrália, França, Indonésia, Vietnã e Alemanha, e grupos empresariais
18 de maio de 2023

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou ontem de manhã (17) para o Japão, onde vai participar de reunião do G7 (grupos dos sete países mais ricos do mundo). Ele deve chegar a Hiroshima na noite desta quinta-feira (18), cidade que sediará o encontro dos líderes do grupo mais o Sul Global.

Essa será a sétima participação de Lula como convidado na reunião do G7. Os eixos definidos pelo Japão no encontro são “fortalecer o vínculo com o Sul Global” e “defender a ordem internacional”, conceito posto em xeque devido à guerra da Rússia contra a Ucrânia e a recente guerra fria entre Estados Unidos e China.

Com o intuito de cumprir o primeiro eixo do G7, o país anfitrião convidou os líderes da “troika do G20”, como está sendo chamado o time formado por Brasil, futuro presidente do grupo que reúne países ricos e emergentes, Índia, presidente neste ano, e Indonésia, que presidiu no ano anterior.

Antes de aceitar o convite para a reunião do G7, o presidente Lula cobrou espaço mais ativo dos países emergentes na reunião do bloco. Ele deve fazer discursos sobre economia, clima e paz, os três principais segmentos do diálogo ampliado com o Sul Global. A expectativa é que ele, como tem feito nas viagens ao exterior, fale com veemência.

Em viagem à China em abril, Lula já havia enfatizado que “a união de países emergentes é capaz de gerar mudanças econômicas e sociais relevantes para o mundo”.

“Não queremos ser melhores que ninguém. Queremos as oportunidades para expandir nossas potencialidades e garantir aos nossos povos dignidade, cidadania e qualidade de vida”, ressaltou Lula na ocasião.

Segundo Celso Amorim, Lula deve fazer defesa do multilateralismo na reunião do G7

Ao jornal Folha de S.Paulo, o assessor especial de Lula para política externa e ex-Chanceler, Celso Amorim, disse que “certamente o presidente fará uma defesa do multilateralismo”.

Desta vez, Amorim não viajou com Lula. Enviado antes a Kiev, para se reunir com o presidente Volodimir Zelenski, o diplomata de 80 anos retornou ao Brasil adoentado. “Eu tive um problema no ouvido e achei mais prudente não viajar.”

Questionado pela reportagem da Folha se a atenção dada à “troika” de Brasil, Índia e Indonésia visa afastar da China os grandes emergentes, Amorim disse que essa “é uma possibilidade que nós temos presente”, mas acrescentou que essa seria uma tarefa impossível.

“Não faz sentido tentar isolá-la [a China]. Tudo bem que o G7 tenha lá a política dele, que queira ter propostas e discutir. Mas é claro que, se você quer soluções globais, é impossível fazê-lo sem a China. Na realidade, também a Rússia, mas ela tem dificuldades específicas no momento.”

Segundo informações do Itamaraty, Lula deve participar de seis reuniões bilaterais, começando pelo primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, nesta sexta, às 17h, no horário local.

Além desse, estão programados encontros com os presidentes da Indonésia, Joko Widodo, e da França, Emmanuel Macron, e com os primeiros-ministros da Alemanha, Olaf Scholz, e do Vietnã, Pham Minh Chinh, além do secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres.

No próximo domingo, o presidente também se reunirá com representantes dos grupos empresariais japoneses Mitsui, NEC, Nippon e Toyota e do banco de financiamento JBIC.

Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S.Paulo 

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