O nome do economista Marcio Pochmann foi oficialmente confirmado ontem (26) para presidir o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O anúncio foi feito pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta.
O nome de Pochmann vinha sendo ventilado nos últimos dias para ocupar o cargo. Após notícias veiculadas na imprensa, contrárias à indicação, ele ganhou apoio da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia, que divulgou manifesto em defesa da indicação dele.
Segundo a nota, “três matérias, ditas jornalísticas, foram publicadas em menos de 24 horas com tentativas de desqualificar o economista, professor e pesquisador (…). Os textos, de cunho político indiscutível, pretendem disseminar a ideia de que seu percurso profissional e acadêmico não o habilita a ocupar a presidência do IBGE”.
O economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Eduardo Moreira, celebrou na edição, desta quinta-feira (27), do ICL Notícias, live diária transmitida via redes sociais, a indicação de Pochmann, afirmando que ele possui todas as credenciais para ocupar o cargo. “Que bom para o governo ter uma pessoa como Pochmann à frente do IBGE e que bom para ele ter sido indicado [ao cargo].”
De 2012 a 2020, Pochmann foi presidente da Fundação Perseu Abramo, eleito pelo Diretório Nacional do PT, partido ao qual é filiado. Ele exerceu a função por dois mandatos e foi substituído por Aloizio Mercadante. Antes, de 2007 a 2012, presidiu o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Doutor em Ciências Econômicas, Pochmann é professor titular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) desde 1989.
Como lembrou Eduardo Moreira na edição do ICL Notícias, Pochmann é autor de livros de economia. São mais de 50 obras. Com três delas, ganhou três prêmios Jabuti, o mais importante da literatura brasileira: Crescimento Econômico e Distribuição de Renda (em 2008), Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe (em 2007) e A Década dos Mitos (2002).
Na vida política, disputou duas vezes a prefeitura de Campinas, em 2012 e em 2016, mas não foi eleito. Em 2018, ele se lançou, sem sucesso, a deputado federal por São Paulo.
Marcio Pochmann será subordinado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, comandado por Simone Tebet
De acordo com notícias veiculadas na imprensa, o nome de Pochmann para presidir o IBGE teria causado apreensão às pastas do Planejamento e da Fazenda, pelo fato de ele não ser um especialista em demografia e estatística.
Além disso, detratores da indicação também disseram que ele fez uma gestão político-ideológica à frente do Ipea, nos governos Lula e Dilma Rousseff.
A ministra Simone Tebet (Planejamento), no entanto, teria minimizado as críticas. A auxiliares, ela tem argumentado que o IBGE é um órgão técnico, focado na captura de dados por meio de pesquisas, e, por isso, haveria pouco espaço para uso político do órgão, diferentemente do Ipea, voltado para a realização de estudos.
Ela também tem dito que esse é um problema menor, diante de um dos desafios que é zelar pelo reequílibrio das contas públicas.
O economista foi anunciado após a ministra ter dito a interlocutores que não iria impor obstáculos à nomeação. Na visão dela, não há risco de ingerência política na instituição diante do diagnóstico de que o órgão é técnico e “caminha sozinho”.
Atualmente, o IBGE é conduzido por Cimar Azeredo. Ele assumiu como interino em 2 de janeiro e o trabalho dele é bem avaliado pela equipe do Planejamento.
O IBGE é um órgão extremamente importante na produção de dados que são utilizados para a elaboração de políticas públicas, como o Censo Demográfico e a Pnad Contínua.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da Carta Capital