Sanções contra Rússia terão impacto maior na economia global que própria guerra, diz Banco Mundial

Bloqueio do fluxo de grãos e metais, por exemplo, tem causado disparada nos preços
15 de março de 2022

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse que as maciças sanções impostas a Moscou teriam um impacto maior na produção econômica global do que a própria guerra entre Rússia e Ucrânia. Em evento virtual organizado pelo jornal Washington Post, nesta segunda-feira (14), Malpass alertou pessoas e empresas contra o estoque de alimentos e gasolina, apesar do aumento nos preços provocado pelo confronto.

Malpass disse esperar uma resposta robusta dos produtores de todo o mundo para aumentar os suprimentos conforme necessário e não vê necessidade de as pessoas fazerem estoques extras em suas cozinhas ou restaurantes.

Por outro lado, a realidade é que os preços de matérias-primas têm disparado devido às interrupções no fornecimento causadas pela guerra, que bloqueou o fluxo de grãos e metais vindos da região. Estão afetadas tanto a produção interna como as cadeias de distribuição cruciais para o resto do mundo, jogando os preços para cima.

Tanto a Rússia como a Ucrânia têm papéis estratégicos nos mercados internacionais de produtos básicos, porque ambos são grandes exportadores de produtos como trigo e cereais, petróleo, gás natural, carvão, ouro e outros metais preciosos.

Empresas dependem de fornecedores de Rússia e Ucrânia

Segundo levantamento da empresa de informações comerciais CIAL Dun & Bradstreet, na Rússia há pelo menos 390 empresas no mundo com fornecedores críticos — aqueles que fornecem bens e serviços de pelo menos US$ 100 mil dólares e respondem por mais de 5% dos recebíveis. Elas estão principalmente sediadas nos EUA, China, Índia, Japão e Emirados Árabes Unidos. Além disso, há pelo menos 210 empresas com fornecedores críticos na Ucrânia. Os cinco principais países com maior exposição são os EUA, México, China, Brasil e Canadá.

O estudo da CIAL apontou também que cerca de 2,4 mil empresas que dependem de fornecedores russos e ucranianos estão sediadas no Brasil

Embora a Rússia represente apenas 1,9% do valor global de exportação de mercadorias — Ucrânia (0,3%) — ambos são os maiores exportadores mundiais de mercadorias específicas. Juntos, respondem por 59% das exportações globais de óleo de girassol, 36% das exportações globais de ferro ou aço não ligado e 26% das exportações globais de trigo.

Redação ICL Economia

 

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