Os servidores do Banco Central (BC) aprovaram greve por tempo indeterminado em assembleia nesta segunda-feira (28). A paralisação tem início na próxima sexta-feira (1º).
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 26,3% e a reestruturação das carreiras. De acordo com o Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central (SinTBacen), os servidores do BC estão há três anos com os salários congelados e as perdas acumuladas, nesse período, chegam a 55%, segundo cálculos com base no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Já as reivindicações por reestruturação na carreira ocorrem há quase duas décadas, sem nenhum resultado efetivo.
Em nota referente à greve dos servidores, o BC informou que operações como STR, Pix, Selic, entre outras,serão mantidas por planos de contingência da instituição.
Paralisações pontuais ocorrem desde o início do ano
Desde o início do ano, os servidores do órgão vinham trabalhando em esquema de operação-padrão, com as equipes trabalhando mais lentamente, e atrasando a divulgação de indicadores. No último dia 17, a categoria iniciou paralisações diárias das 14h às 18h.
A insatisfação dos trabalhadores do BC está diretamente ligada ao presidente Jair Bolsonaro, quando no final do ano passado anunciou que em 2022 daria aumento apenas para policiais rodoviários e federais, excluindo as demais categorias dos servidores de reajustes salariais.
Esta série de protestos, com paralisações pontuais, começou a gerar problema na coleta e divulgação de indicadores e dados financeiros. Nas últimas semanas, diversas publicações do BC, como o boletim Focus (pesquisa com instituições financeiras) e as respostas do questionário que antecedem as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), saíram com atraso.
Sobre as notas econômico-financeiras que estavam previstas para serem divulgadas esta semana, o BC informou que serão publicadas “assim que possível” e as datas de divulgação vão ser informadas com antecedência.
Outras categorias
Os servidores do INSS iniciaram paralisação das atividades na última quarta-feira (23) com a suspensão do atendimento presencial em várias cidades. Vinte estados já aderiram ao movimento. A expectativa da Fenasps (Federação Nacional dos Servidores da Previdência Social) é que esse número aumente. A principal reivindicação da categoria é a reposição de 19,99% nos salários, além de o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, da reforma Administrativa.
Além disso, os servidores do Tesouro Nacional podem engrossar a greve dos servidores federais. O Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical) convocou assembleia para hoje (29).
Redação ICL Economia
Com informações da Agência Brasil e RBA