A internet 5G (sinal de quinta geração) chegou à capital paulista nesta quinta-feira (4). Com a tecnologia, os paulistanos poderão navegar na internet a até 1 gigabit por segundo, uma velocidade 100 vezes maior do que a da rede 4G. No entanto, as periferias são as áreas da cidade mais negligenciadas durante a implementação da nova tecnologia.
São Paulo é a quinta cidade a receber o internet 5G. Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa foram as primeiras capitais a receber o sinal. No entanto, a velocidade máxima só será alcançada em alguns pontos do município, por enquanto.
O sinal de internet 5G ainda é desigualmente distribuído em São Paulo, apesar de já ter uma centena de antenas em funcionamento pela cidade. Segundo as regras do edital do leilão do 5G, feito pela Anatel, as operadoras deveriam instalar uma antena para cada 100 mil habitantes de um município no início da operação.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) diz que o 5G em São Paulo vai começar com 25% da área urbana coberta, com destaque para a parte central da cidade. As zonas com pessoas de maior renda, como as que vivem no Itaim Bibi, Jardim Paulista e Paraíso, estão nessa lista.
Sendo assim, Tim, Claro e Vivo deveriam ativar 462 estações até o fim de setembro em São Paulo. Até hoje, a Anatel já recebeu mais de 1,3 mil pedidos de licenciamento na faixa de 3,5 GHz, quase o triplo do total de antenas que deverão ser instaladas na capital paulista neste ano.
Número de antenas é importante para o alcance do sinal da internet 5G
O alcance do sinal do 5G, apesar de mais rápido e estável, é menor. Por isso, a quantidade de antenas será essencial para que o 5G realmente seja o começo de uma nova etapa tecnológica da sociedade, e não mais uma promessa que fica só no papel. A Tim informa que sua cobertura contará com 1.150 antenas, sendo mais de 1.000 ativadas até o fim de agosto. A Claro afirma que sua cobertura estará presente em 52 bairros da capital paulista.
Em 2013, as empresas de telecomunicações estavam fazendo comunicados à imprensa anunciando o início da oferta de produtos e serviços de telefonia móvel com conectividade 4G. Oito anos depois, as periferias e favelas não foram incluídas na universalização da rede com a mesma qualidade que os centros urbanos e bairros mais ricos.
Enquanto no Jardim Ângela, distrito com 300 mil habitantes, existem 1, 23 antenas de celular para cada 10 mil moradores, no Itaim Bibi, há 48, 28 antenas de celular para cada 10 mil habitantes.
Apesar de o acesso à comunicação ser reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um direito humano, as pessoas que moram nas bordas da cidade ainda precisarão esperar um pouco mais para terem acesso à um recurso que já pode ser utilizado por quem vive nas zonas quem têm o metro quadrado mais caro da cidade. Nenhuma novidade.
Prometendo melhorar o sinal nas periferias, a prefeitura de São Paulo aprovou a Lei das Antenas no final de 2021. As novas regras flexibilizam as etapas para a instalação das Estações de Rádio Base (ERBs). Essas torres são responsáveis por transmitir o sinal de telefonia e internet da operadora para o nosso celular.
A legislação passou a permitir que equipamentos possam ser colocados em qualquer local. Isso inclui imóveis irregulares. No entanto, a medida não garante a ampliação do sinal, uma vez que as operadoras de telefonia que são responsáveis por escolher em quais locais querem investir recursos.
De acordo com a Conexis Brasil Digital, o Brasil precisaria ter de cinco a dez vezes mais antenas para se adequar ao novo modelo de redes móveis, responsável pela tecnologia 5G.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias