Deputada eleita Sonia Guajajara será ministra dos Povos Indígenas. Criação da pasta foi prometida por Lula na campanha

Guajajara foi um dos três nomes enviados pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) como sugestões para o cargo. Funai sairá da Justiça e ficará sob a pasta comandada por ela
28 de dezembro de 2022

A deputada federal eleita Sonia Guajajara (PSOL-SP) será ministra dos Povos Indígenas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Guajajara foi um dos três nomes enviados pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) como sugestões para o cargo, que será criado pelo próximo governo.

Ela passou o Natal em sua aldeia e chegou ontem (27) a Brasília, onde será convidada formalmente por Lula, provavelmente em um encontro pessoal — já houve conversas por telefone e ela aceitará o cargo.

Na lista de cotados também estavam Joênia Wapichana, deputada federal não reeleita da Rede de Roraima, e o vereador de Caucaia (CE) Weibe Tapeba (PT).

O anúncio oficial deve ser feito por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dias, junto com o restante dos escolhidos para ocupar a Esplanada. A escolha de Sonia Guajajara foi antecipada pela Folha de S.Paulo.

No novo ministério, Sonia Guajajara também comandará a Funai, hoje atrelada à pasta da Justiça

O futuro ministério abrigará a Funai (Fundação Nacional do Índio) e pode funcionar com o seu orçamento em um primeiro momento. A transferência da fundação, que hoje está sob o Ministério da Justiça, para os Povos Indígenas, foi um dos entraves para a formulação do organograma da pasta, uma vez que há questões burocráticas que precisam ser resolvidas para funcionar.

Por exemplo, por lei, demarcações de terra, que são de incumbência da Funai, precisam passar pela Justiça para serem homologadas. Já a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), um dos órgãos com maior verba dentro da política indígena, deverá seguir com o Ministério da Saúde.

O argumento é que, em primeiro lugar, uma mudança drástica em todas as instâncias da política indígena neste momento pode atrapalhar a operação de algumas áreas importantes — como no caso da saúde.

Ao mesmo tempo, o movimento indígena entende que é importante ter capilaridade dentro do governo federal, ou seja, ter espaço também em outras pastas e não só na dos Povos Indígenas. Nesse sentido, a reivindicação é de que também a chefia de outros órgãos, como a Sesai ou a secretaria responsável pela educação indígena, seja ocupada por lideranças indígenas ou pessoas indicadas por elas.

Ativista conhecida internacionalmente, Guajajara despontou como a favorita para assumir a pasta nas últimas semanas.

Ela foi eleita deputada federal pela primeira vez na eleição deste ano, em que disputou por São Paulo, e não pelo Maranhão, onde nasceu. A explicação é que o estado paulista tem direito a mais deputados na Câmara e é uma região onde ela teria um potencial de votos maior que em sua terra natal, em razão do maior colégio eleitoral.

Rede Brasil Atual

 

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